Agência France-Presse
postado em 09/02/2014 20:41
Paris - Astrônomos australianos anunciaram neste domingo a descoberta de uma estrela de 13,6 bilhões de anos, a mais antiga jamais avistada. Este corpo celeste formou-se 200 milhões de anos após o Big-Bang, que deu origem ao Universo, informaram os especialistas.As estrelas que, até agora, aspiravam ao título de mais antiga do Universo - dois corpos identificados por equipes europeias e americanas em 2007 e 2013, respectivamente, têm cerca de 13,2 bilhões de anos.
Em termos cósmicos, esta estrela está relativamente próxima da Terra, segundo Stefan Keller, da Universidade Nacional da Austrália. Ela se encontra em nossa galáxia, a Via Láctea, a uma distância de cerca de 6 mil anos-luz da Terra, e foi catalogada como SMSS J031300.36-670839.3.
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[SAIBAMAIS]"O que mostra que esta estrela é tão antiga é a ausência total de qualquer nível detectável de ferro no espectro de luz que emerge da mesma", explicou Keller à AFP.
O Big-Bang deu origem a um Universo cheio de hidrogênio, hélio e traços de lítio, assinalou o cientista. Os demais elementos que vemos hoje vieram das estrelas, que nascem de nuvens de gás e pó deixados pelas supernovas, estrelas enormes que explodem ao fim de sua existência.
Este processo de reciclagem sem fim proporciona uma ferramenta interessante para os astrofísicos. Uma forma de determinar a idade de uma estrela é o ferro. Quanto mais baixo o conteúdo de ferro no espectro de luz de uma estrela, mais antiga ela é.
"O nível de ferro do Universo aumenta com o tempo, enquanto as sucessivas gerações de estrelas se formam e morrem", explicou Keller. "Podemos usar o nível de ferro de uma estrela como um relógio que nos indica quando ela se formou. No caso da estrela que identificamos, a quantidade de ferro presente é 60 vezes menor do que a de qualquer outra estrela conhecida. Isso indica que nossa estrela é a mais antiga já encontrada", afirmou.
A estrela foi descoberta com a ajuda do telescópio SkyMapper, da Universidade Nacional da Austrália, que realiza uma pesquisa de cinco anos sobre o céu do sul. Ela foi criada a partir do material cósmico de uma supernova de baixa energia, aponta o estudo, publicado na revista britânica "Nature".