O motivo da barriga e dos quilos sobressalentes pode estar no clique do controle remoto ou nas teclas do computador. O desenvolvimento econômico da população levou ao incremento das horas de ;descanso; com longos períodos passados em pleno sedentarismo frente à televisão e/ou navegando por redes sociais. O impacto desse comportamento pode ser percebido na propagação das epidemias de obesidade e diabetes tipo 2 em países de baixa e média rendas, que, em breve, poderão enfrentar os mesmos graves problemas de saúde das nações mais abastadas. Os resultados são de um estudo internacional publicado no Jornal da Associação Médica Canadense, que analisou mais de 150 mil adultos em 107 mil famílias de 17 países.
Os dados assustam. Os indivíduos que têm os três equipamentos estudados ; televisão, computador e carro ; apresentam também 9cm a mais na cintura. A posse de bens materiais, especialmente os eletrônicos, que, até então, são vistos como sinônimo de boa situação econômica, mudará de lado nos próximos anos. De acordo com os dados recolhidos pelo grupo liderado por Scott Lear, da Faculdade de Ciências da Saúde, da Universidade Simon Fraser, a prevalência da obesidade aumentou de 3,4% em famílias com nenhum dos dispositivos estudados para 14,5 % nos lares com os três aparelhos. A prevalência de diabetes também cresceu, de 4,7 % para 11,7%, respectivamente.
;Com o aumento da captação de conveniências modernas, países de renda baixa e média podem ver as mesmas taxas de obesidade e diabetes como as dos de alta renda. Elas são o resultado de se sentar demais, de menos atividade física e do aumento do consumo de calorias;, conclui Lear. ;Isso pode ter consequências potencialmente devastadoras para a saúde social desses países.; A mesma relação não existia nos países desenvolvidos, sugerindo que os efeitos nocivos dessas máquinas na saúde já se refletem em taxas elevadas de obesidade e diabetes.