Ciência e Saúde

O ambicioso projeto que pretende selecionar e enviar colonos a Marte

Mais de 200 mil pessoas de 140 países se apresentaram na primeira convocação, 1.058 foram eleitas

Agência France-Presse
postado em 11/02/2014 20:18
Mais de 200 mil pessoas de 140 países se apresentaram na primeira convocação, 1.058 foram eleitas
"A colonização humana de Marte é, literalmente, o próximo grande passo para a humanidade": com essa premissa, a fundação holandesa Mars One impulsiona um projeto que busca, mediante financiamento privado, enviar seres humanos para se estabelecer no Planeta Vermelho.

A seleção dos primeiros colonos, aberta em abril de 2013 a candidatos do mundo todo, tem quatro etapas. Os candidatos deveriam ter mais de 18 anos, gozar de boa saúde, ter aptidões de sobrevivência e conhecimento adequado do inglês.

Mais de 200 mil pessoas de 140 países se apresentaram na primeira convocação. Dessas, foram eleitas 1.058 de 107 países. Para passar à etapa seguinte, os selecionados devem apresentar, no mais tardar em março, exames médicos que atestem sua saúde física e psíquica.



O processo terminará com a seleção de 24 a 40 pessoas que serão treinadas para a missão que quer enviar ao Planeta Vermelho 24 colonos de diferentes nacionalidades.

A ideia é que viajem seis grupos de quatro pessoas cada, a cada dois anos. O primeiro grupo faria a viagem de sete meses em 2025 para chegar a Marte no ano seguinte.

O custo do programa espacial, estimado em 6 bilhões de dólares, será totalmente financiado pela iniciativa privada, por meio de patrocinadores e sócios, contribuições voluntárias e conteúdo midiático gerado pela missão com a venda dos direitos de transmissão.

O projeto é apoiado por cientistas como o holandês Gerard ;t Hooft, ganhador do Nobel de Física em 1999, embora tenha despertado muitas dúvidas sobre sua viabilidade.

Até agora, nenhum voo tripulado chegou a Marte, aonde os Estados Unidos conseguiram mandar robôs. O último deles, o Curiosity, chegou ao Planeta Vermelho em agosto de 2012.

O envio de seres humanos a Marte traz muitos desafios, como a impossibilidade de voltar à Terra devido ao custo elevado e às dificuldades que isso implicaria - onde viveriam, a falta de comida e o risco da radiação.

Além disso, não existe ainda um foguete e uma cápsula capaz de transportar esses voluntários.

Anunciado inicialmente para 2024, em dezembro passado a fundação adiou em um ano a data da primeira viagem. Mas, ao mesmo tempo, anunciou a assinatura de um contrato de US$ 250 mil com a Lockheed Martin Space Systems, a divisão espacial da empresa americana, para estudar o "desenho conceitual" de uma nave espacial Mars Lander.

Esse aparelho será enviado primeiro ao Planeta Vermelho em 2018, sem seres humanos a bordo.

A Mars One também firmou outro contrato, de US$ 80 mil, com a britânica SSTL (Surrey Satellite Technology Ltd) para desenvolver um satélite de comunicações para transmitir informação de Marte para a Terra.

No mês passado, a fundação holandesa também lançou uma página na web para arrecadar fundos para a missão.

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