Ciência e Saúde

Contos de fadas ajudam no aprendizado de crianças, defende especialista

Marilyn Fleer, professora do Departamento de Educação da Universidade Monash, na Austrália, tornou-se convencida de que a brincadeira e a liberdade criativa são as melhores ferramentas do ensino

Humberto Rezende
postado em 18/02/2014 06:03

Marilyn Fleer, professora do Departamento de Educação da Universidade Monash, na Austrália, tornou-se convencida de que a brincadeira e a liberdade criativa são as melhores ferramentas do ensino

Para uma criança, se sentar e ouvir o professor explicar por que um alimento muda de temperatura pode ser muito chato. Mas, quando esse tipo de informação é importante para ajudar Cachinhos Dourados a comer um prato de mingau nem muito quente nem muito frio, a situação muda de figura. Aprender, nesse caso, deixa de ser algo aparentemente sem sentido e se torna crucial para ajudar a simpática garotinha que invadiu a cabana de uma família de ursos na floresta. E se a solução pode ser buscada em parceria com os coleguinhas, a partir de uma série de brincadeiras que inclui até mesmo preparar um prato de mingau com areia e construir um forno de micro-ondas, a escola se transforma numa grande ; e instrutiva ; aventura.

A descrição não é nada absurda. Ela resume um dos projetos de pesquisa da especialista em educação infantil Marilyn Fleer, professora do Departamento de Educação da Universidade Monash, na Austrália. Depois de visitar inúmeras escolas, observar professores em salas de aula e registrar, em muitas horas de vídeo, a reação de alunos, Fleer tornou-se convencida de que a brincadeira e a liberdade criativa são as melhores ferramentas do ensino.


Baseada na teoria de Lev Vygotsky (1896-1934), bielo-russo pioneiro no estudo do desenvolvimento infantil, Fleer garante que brincar está longe de ser um passatempo inconsequente para os pequenos. Quando transforma um pedaço de madeira em um cavalinho, um menino e uma menina estão pensando de forma abstrata, afirma, realizando um exercício parecido com o de usar, mais tarde, um outro pedaço de madeira como régua para medir objetos.

[SAIBAMAIS]Em um de seus estudos mais recentes, a professora investigou se os contos de fada podem ser uma boa forma de trabalhar conceitos científicos no início da infância, com alunos entre 3 e 4 anos. Ao colocar em prática o projeto em uma escola australiana, ela e sua equipe puderam observar que histórias fantasiosas como a de Cachinhos Dourados são uma poderosa forma de envolver as crianças na busca por conhecimento. ;Elas ficam tão ligadas ao conto que se sentem motivadas a encontrarem soluções para os problemas dos personagens. Elas realmente querem ajudar o herói, o que as torna emocionalmente engajadas;, conta.

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