Paloma Oliveto
postado em 06/03/2014 07:00
As delicadas borboletas são especialistas em um dos mais engenhosos truques da natureza: o mimetismo. Graças à arte de se fazerem passar pelo que não são, elas conseguem escapar de predadores, que, ao verem as cores, formas e manchas em suas asas, as identificam como espécies venenosas. Essa habilidade, que deixou os naturalistas Charles Darwin, Alfred Russell Wallace e Henry Walter Bates encantados, tem sido investigada por cientistas como estratégia bem-sucedida de seleção natural.
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Agora, pesquisadores da Universidade de Chicago (EUA) descobriram que um único gene regula as estruturas envolvidas com a formação dos diversos padrões das asas de uma borboleta. Em um artigo publicado na revista Nature, eles descrevem o papel desempenhado por essa proteína ; a mesma responsável pela diferenciação sexual dos insetos. De acordo com Marcus Kronforst, professor de evolução e um dos autores do estudo, a equipe ficou surpresa ao constatar que não é necessário uma força-tarefa genética para promover o mimetismo.
;Desde que A origem das espécies citou a seleção natural, os biólogos se intrigam com os mecanismos por trás da formação dos padrões das asas. Agora, parece que o mistério foi elucidado;, comenta Sean B. Carrol, pesquisador da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA) que avaliou o artigo na Nature. Kronforst explica que o mimetismo é tão sofisticado que se pensava em um batalhão de genes, e não apenas um, operando as modificações que camuflam a borboleta. Além disso, acreditava-se que os responsáveis por formar as diversas padronagens da asa do inseto seriam os genes que dão as cores originais a essas estruturas. Eles estavam enganados mais uma vez.