Ciência e Saúde

Em 2030, metade do ar poluído do mundo poderá vir da África

Poluição vinda da África representa, hoje, de acordo as partículas ou os gases levados em conta pela pesquisa, entre 5% e 20% da poluição mundial

Agência France-Presse
postado em 11/03/2014 19:56
Paris - População urbana em forte crescimento, rápido desenvolvimento das atividades industriais são os ingredientes para o rápido crescimento da poluição no continente africano, que poderá representar até 55% das emissões de todo o planeta até 2030, revelou um estudo publicado nesta terça-feira (11/3).

A poluição vinda da África representa, hoje, de acordo as partículas ou os gases levados em conta pela pesquisa (fuligem, carbono orgânico, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio, monóxido de carbono e hidrocarbonetos não-metânicos), entre 5% e 20% da poluição mundial, informa o estudo publicado na revista especializada Environmental Research Letters.

"Um aumento considerável é esperado até 2030 caso nenhuma medida seja tomada", escrevem os pesquisadores de uma equipe franco-marfinense pilotada pelo Laboratório de Aerologia do CNRS/Université Toulouse III - Paul Sabatier, que em 2005 traçou um mapa das emissões poluentes na África.

Em 2030, o oeste da África representará 45% das emissões poluentes, com uma participação muito elevada da Nigéria. O leste do continente contabilizará 24% das emissões - encabeçado por Etiópia e Quênia - e 26% estará no sul africano. O norte será responsável por apenas 5% das emissões.

As principais fontes de emissão são gasolina, diesel, veículos de duas rodas, lenha para aquecimento, carvão vegetal ou ainda a combustão de compostos orgânicos.

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Globalmente, no oeste da África, a poluição se dá principalmente pelo transporte e o uso doméstico (cozinha). As centrais elétricas e as indústrias do sul da África também são consideradas. No norte do continente, o transporte é a principal causa da poluição.

Os autores da pesquisa se interessaram especialmente pelos dois principais compostos das partículas, o carbono orgânico e a fuligem, emitidos por todos os tipos de combustão. Elas podem variar de partículas muito pequenas até as PM10 (cujo diâmetro é inferior a 10 mícrons).

Segundo o estudo, a quantidade de partículas de carbono orgânico poderia ser multiplicada por três, e a de fuligem por quatro. As emissões de carbono orgânico na África representariam, então, 50% das emissões mundiais em 2030, contra 20% em 2005.

As partículas podem provocar asma, alergia, doenças respiratórias ou cardiovasculares. As menores (menos de 2,5 mícrons), que penetram nas ramificações mais profundas das vias respiratórias e do sangue, foram classificadas como "cancerígenas" pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

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