Lilian Monteiro
postado em 21/04/2014 07:00
Punta del Este (Uruguai) e Belo Horizonte ; Em um primeiro momento, o diagnóstico de artrite reumatoide (AR) pode causar ao paciente a sensação de um túnel sem luz. Mas não é bem assim. Ainda que seja uma doença autoimune e crônica ; quando o organismo erroneamente ataca as juntas saudáveis causando dor, inchaço, rigidez, perda funcional e fraqueza ;, se tratada adequadamente, é possível ter qualidade de vida. A busca pelo bem-estar, porém, começa por entender exatamente como lidar com a enfermidade, ainda um grande desafio na América Latina.Leia mais notícias em Ciência e Saúde
Segundo estudo divulgado pelo grupo AR: Juntos por uma causa, iniciativa da AbbVie Biofarmacêutica, 63% das pessoas com AR nessa região acreditam que, na ausência de dor, a doença está sob controle. No caso do Brasil, a taxa sobe para 65%. Mais da metade, 55%, dos entrevistados, não sabe que o dano nas juntas causado pela doença é irreversível. Os dados (veja arte) foram apresentados, no mês passado, durante o Congresso da Liga Pan-americana das Associações de Reumatologia (Panlar), em Punta Del Este, no Uruguai.
;São números preocupantes porque mostram que o paciente acha que compreende bem a doença, mas não sabe coisas básicas sobre ela. Sem essas informações, é difícil que ele siga o tratamento e mantenha o problema controlado;, analisa o reumatologista Roger Levy, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e membro do comitê do AR: Juntos por esta causa.
De acordo com Levy, é fundamental que o paciente de artrite reumatoide tenha claro que, por mais que a doença não tenha cura, ela precisa ser monitorada. ;A falta de percepção prejudica o paciente. Se ele para de tomar a medicação porque não sente mais dor, a doença pode evoluir e provocar lesões irreversíveis;, adverte. O especialista observa também que a desinformação não é responsabilidade do paciente. ;É preciso entender o ponto de vista dele para melhorar a nossa comunicação. O médico não deve impor tratamento sem ouvir o paciente, que não deve ter medo de perguntar tudo, mesmo o que acha besteira. É necessário transparência dos dois lados.;
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