postado em 29/04/2014 06:00
Mais de 2 mil anos depois da decadência da antiga civilização egípcia, o país banhado pelo Nilo ainda guarda segredos sob as areias do deserto. Pesquisadores da Universidade da Basileia, na Suíça, acabaram de revelar um deles. Trabalhando em uma tumba no Vale dos Reis, perto da cidade de Luxor, os arqueólogos descobriram pelo menos 50 múmias de pessoas que viveram durante a 18; dinastia, por volta de 1.400 anos antes de Cristo.
Do lado de fora da tumba KV 40, apenas uma depressão no solo indicava a presença da câmara mortuária subterrânea. Para chegar ao monumento fúnebre, foi preciso descer mais de 6m até atingir o ponto de acesso a cinco salas. Lá, os pesquisadores retiraram os restos mortais e fragmentos de instrumentos utilizados no sepultamento. As múmias estavam distribuídas por três diferentes espaços. Baseados em inscrições nos vasos canopos, onde eram guardados os órgãos internos das pessoas mumificadas, foi possível identificar, inclusive com os nomes, mais de 30 indivíduos. Títulos como príncipe e princesa indicam que se trata de membros das famílias dos faraós Tutmosis VI e Amenotep III, que reinaram no século 14 a.C. e também foram enterrados no Vale dos Reis.
A análise das inscrições hieráticas revelaram que a tumba também contém múmias de pelo menos oito filhas desses faraós, que até agora eram desconhecidas, além de quatro princesas e diversas mulheres estrangeiras. A maioria era adulta, mas também foram encontradas crianças mumificadas. ;Nós descobrirmos um número considerável de recém-nascidos e crianças cuidadosamente mumificadas. Normalmente, elas poderiam ter sido enterradas de maneira muito mais simples. Acreditamos que membros da Corte real foram sepultados nessa tumba por um período de muitas décadas;, disse Susanne Bickel, professora de egiptologia que integra a equipe de pesquisadores.
A identificação das pessoas enterradas na proximidade das tumbas reais fornecem dicas importantes sobre quem tinha o privilégio de passar a vida eterna ao lado do faraó. ;Perto de dois terços das tumbas do Vale dos Reis são não reais. Como elas não têm inscrições e foram fortemente pilhadas, só conseguimos especular quem está enterrada nelas;, disse Bickel.
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