postado em 03/05/2014 08:00
Viver da música e estar rodeado por um inimigo que impossibilita apreciá-la. Eis a condição de músicos profissionais, segundo estudo publicado na versão on-line da revista Occupational & Environmental Medicine. Pesquisadores da Alemanha constataram que esses profissionais apresentam uma propensão quatro vezes maior a sofrer a perda gradual da audição. Isso devido à presença constante em um ambiente altamente ruidoso.
Um debate sobre até que ponto o som alto pode afetar a capacidade auditiva, tanto na população em geral quanto em grupos expostos frequentemente a altos volumes de som, foi o que levou Gunter Kreutz, do Departamento de Música da Universidade de Carl von Ossietzky, na Alemanha, a pesquisar o assunto. ;Nosso interesse especial em músicos surgiu a partir da constatação de que, em outras pesquisas, houve resultados mistos em relação à prática profissional de música e ao desenvolvimento de deficiências auditivas;, explica.
Kreutz e a equipe de pesquisadores liderada por ele recolheram dados de três seguradoras de saúde alemãs que, juntas, tinham informações sobre 7 milhões de cidadãos entre 2004 e 2008. Nesse período, houve 283.697 queixas de problemas auditivos. Dessas, 238 foram de músicos profissionais que sofriam realmente de perda auditiva. O valor é quase quatro vezes maior do que o de outros profissionais também atendidos.
Silvio Caldas, otorrinolaringologista da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), reforça a diferença entre os dois principais tipos de surdez: o trauma acústico e a perda auditiva induzida pelo ruído. O primeiro ocorre pela exposição ao ruído por um curto intervalo de tempo. ;É o que acontece quando alguém vai a uma boate e passa horas perto de um alto-falante a toda potência. Esse indivíduo pode apresentar uma perda auditiva percebida logo após ele sair da boate;, explica. Depois de algumas horas de repouso, a audição geralmente volta ao normal. ;Esse tipo de trauma normalmente é reversível, apenas em raros casos é definitivo;, reforça.
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