Ciência e Saúde

Mortalidade materna cai menos no Brasil; queda de 43% entre 1990 e 2013

Especialistas avaliam que, apesar da retração, temas como aborto e assistência às mulheres em idade fértil precisam de maior cuidado

Bruna Sensêve
postado em 07/05/2014 06:45
Um estímulo para as mamães. Segundo relatório divulgado ontem pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 1990 a 2013, a mortalidade materna diminuiu 45% globalmente. Se 523 mil mulheres morreram em 1990 devido a complicações no parto e na gestação, o número despencou, em 2013, para 289 mil. No entanto, ainda é alto. São 33 mortes maternas a cada hora, aproximadamente 800 por dia. O Brasil acompanha o ritmo, com uma redução de 43%, mas ainda longe da Meta de Desenvolvimento do Milênio (ODM) traçada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que busca a diminuição de 75% das taxas. De acordo com a OMS, em 2013, o número de mulheres mortas por complicações na gestação ou no parto no país foi de 69 para cada 100 mil nascidos vivos.



Especialistas avaliam que, apesar da retração, temas como aborto e assistência às mulheres em idade fértil precisam de maior cuidado

A meta da ONU é ambiciosa, mas não impossível. Prova disso são os 11 países que tinham os maiores níveis de mortalidade materna em 1990 e, neste novo relatório, atingiram o objetivo final. São eles: Butão, Camboja, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Eritreia, República Democrática de Laos, Maldivas, Nepal, Romênia, Ruanda e Timor-Leste. Os especialistas da OMS acreditam que, assim como o Brasil, a maioria dos países não vai alcançar a meta de redução, ainda que ela tenha acelerado na última década. De 2000 a 2013, houve uma queda anual média de 3,5%, em comparação com 1,4% entre 1990 e 2000. Uma redução média de 5,5% ou mais a cada ano, desde 1990, seria necessária para atingir a meta dentro do prazo. Índia e Nigéria concentram um terço dos óbitos mundiais, somando, em 2013, 90 mil mortes maternas.

Segundo a presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia da Bahia e membro da Comissão de Mortalidade Materna da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Ana Luiza Fontes, apesar de todos os esforços e programas institucionais que buscam ajudar a saúde da gestante, ainda há muito para caminhar. ;Nós não vamos conseguir bater a meta do milênio de chegar a um indicador de 35 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos. Temos mais que o dobro disso.;

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