Paloma Oliveto
postado em 09/05/2014 06:08
É um exemplo clássico: pensando em um panda, um macaco e uma banana, quem combina com quem? Um oriental vai dizer que o macaco combina com a banana. Um ocidental unirá o panda e o macaco. Enquanto o primeiro vê o mundo em termos de relações ; macacos comem banana ;, o segundo costuma enxergar as coisas sob o ponto de vista das categorias ; macacos e pandas são animais. Há muito tempo, os psicólogos investigam as diferenças no pensamento do Oriente e do Ocidente, algo que se reflete no comportamento social. Para o pesquisador Thomas Talhelm, estudante de pós-doutorado da Universidade de Virgínia (EUA), a resposta pode estar nos campos agrícolas.
Em um artigo publicado na revista Science, Talhelm argumenta que o tipo de alimento cultivado por um povo ajuda a definir se a sociedade será mais individualista ou cooperativa. Ele diz que, até onde saiba, é a primeira vez que se sugere esse tipo de abordagem. Já foi proposto, anteriormente, que a genética teria um papel importante. Alguns autores também apostam na teoria dos patógenos, segundo a qual países que sofreram com muitas doenças infecciosas, como os do sudeste asiático, passaram a evitar os estranhos, por medo de novas contaminações. Assim, fecharam-se em comunidades extremamente colaborativas entre elas, mas desconfiadas de forasteiros.
Thomas Talhelm, contudo, desenvolveu uma hipótese bastante diferente: a do arroz. O jornalista e psicólogo americano caiu de paraquedas na China após a graduação, em 2007 ; ele se inscreveu em um projeto de pesquisa do Chile, mas um mal-entendido o levou para o outro lado do mundo. Lá, decidiu investigar por que há tantas diferenças entre o Ocidente e o Oriente. ;Temos a tendência de pensar a China como uma coisa só, mas é um país muito grande, com duas culturas bastante diversas, a do norte e a do sul;, diz. Enquanto as províncias acima do Rio Amarelo, que corta a China ao meio, assemelham-se mais à sociedade ocidental, as sulistas comportam-se à moda do oriente. Isso fez do país um bom modelo para as pesquisas de Talhelm.
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