Paloma Oliveto
postado em 13/05/2014 06:00
Os números são de uma epidemia. Três milhões e 300 mil mortes em 2012. O agente por trás de tantos óbitos ; 5,9% dos registrados no mundo naquele ano ; não foi um vírus ou uma bactéria ou um tumor maligno. Ele está dentro de copos e garrafas e é consumido por 47,7% da população global acima de 15 anos. Trata-se do álcool, substância diretamente relacionada com mais de 200 doenças, como cirrose hepática, alguns cânceres, diabetes e distúrbios neuropsiquiátricos. O abuso da bebida, segundo um relatório divulgado ontem pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mata mais que HIV, atos violentos e tuberculose. O documento também mostra que, no Brasil, o consumo de álcool está acima da média global.
Baseado em dados dos 194 países-membros das Nações Unidas, o documento alerta que a bebida não apenas provoca danos diretos à saúde, mas aumenta a suscetibilidade a males infecciosos e está por trás da ocorrência de crimes e acidentes. A OMS traçou o perfil de consumo das nações, relatou o impacto da bebida na saúde pública e avaliou as respostas das políticas governamentais. No total, o consumo anual foi de 6,2l de álcool puro por ano na população com mais de 15 anos. Contudo, como 38,3% do planeta é abstêmio, calcula-se que os que bebem ingerem 17l no período de 12 meses.
A região que mais consome álcool é a Europa, com 10,9l por ano ; na Bielorrússia, a campeã mundial de ingestão, são 17,5l. Já o Mediterrâneo é onde menos se bebe: 0,7l anualmente. O relatório indicou que, entre 2008 e 2010, os brasileiros ingeriram 8,7l ao ano, mais que a média mundial. A quantidade caiu, comparado ao biênio 2003-2005, quando o consumo no Brasil era de 9,8l. Nas Américas, os campeões de bebida são Granada (12,5l), Santa Lúcia (10,4l), Canadá (10,2l), Chile (9,6l) Argentina (9,3l), Estados Unidos (9,2l) e Paraguai (8,8l). O país do continente americano que menos bebe é a Guatemala (3,8l).
;É preciso fazer mais para proteger as populações das consequências negativas do consumo de álcool;, disse, em nota, Oleg Chestnov, diretor-geral adjunto da OMS para doenças não transmissíveis e saúde mental. ;O relatório mostra claramente que não há espaço para a complacência quando se trata de reduzir os perigos do uso do álcool;, afirmou.
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