Carolina Mansur
postado em 19/05/2014 08:46
Belo Horizonte ; Os tempos são outros, e as pessoas estão mais abertas aos assuntos relacionados à homossexualidade. Mas a revelação da orientação sexual para os amigos, a família, os colegas de escola e de trabalho ainda é tratada como tabu para grande parte da população homoafetiva, que continua sendo alvo de preconceito e, em alguns casos, de violência. Uma pesquisa desenvolvida na pós-graduação da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) mostra que a resistência do preconceito na sociedade continua causando problemas graves de saúde.Apoiado nos relatos de 1,2 mil homens homossexuais, de 18 a 77 anos, colhidos em São Paulo, o psicólogo clínico Luiz Fábio Alves de Deus tentou compreender o processo de revelação da orientação sexual dessas pessoas e as consequências em diferentes contextos sociais. ;A diversidade e o compartilhamento da não heterossexualidade ainda são produtores de violências e de marginalizarão e exclusão de pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT);, detalha. A observação de Luiz Fábio foi de que o compartilhamento é mais frequente em alguns espaços do que em outros. ;O processo de revelação tem início com algum amigo mais próximo e, à medida em que há espaço, a pessoa conta para a família, na maioria dos casos para a mãe primeiro, e pessoas de contextos sociais mais próximos e significativos;, comenta.
E a consequência, já conhecida pela maioria, é que, quanto maior a exposição da orientação sexual, maior é a chance de discriminação e agressão. As violências em relação à população LGBT, segundo o pesquisador, são contínuas e atravessam toda a trajetória de vida do homossexual, independentemente do gênero. ;Não é pontual como em outras situações de violência, como num assalto, por exemplo. Estamos falando de pessoas que, em geral, já são alvo de comportamentos hostis e violências da infância à vida adulta, por não corresponderem ao que socialmente é esperado em termos de sexualidade.; Presente em todos os contextos sociais, as violências são tanto de caráter físico quanto moral e psicológico, indica o estudo, intitulado Contextos de revelação da orientação sexual: no final do arco-íris tem um pote de ouro?.
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