Estado de Minas, Celina Aquino
postado em 03/06/2014 06:50
Belo Horizonte ; Um turbilhão de reações ocorre durante a viagem de avião para que o organismo se adapte ao ambiente dentro da cabine. As mudanças não causam problema para quem está com a saúde em dia, mas podem gerar graves consequências aos passageiros enfermos. As estatísticas mostram que a maioria dos problemas ocorre depois de quatro horas de voo. O mais comum é o desmaio, provocado quando a pessoa não se adapta à falta de oxigenação e pela expansão de gases dentro do organismo. As mortes em aeronave são mais raras. Em quase todas as companhias aéreas do mundo são registrados, em média, três casos por ano.
;Para quem é saudável, as condições de voo não fazem nenhuma diferença. Todas as mortes a bordo envolvem pessoas doentes, que não deveriam estar dentro do avião, mas no hospital ou no transporte aeromédico;, explica a nefrologista Vânia Elizabeth Ramos Melhado, presidente da Sociedade Brasileira da Medicina Aeroespacial (SBMA) e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. A pressão dentro da cabine da aeronave não é igual à do nível do mar.
Procura-se atingir uma pressurização interna de no máximo 2.400 metros, altitude equivalente à da Cidade do México, bem tolerada por pessoas sem problema de saúde. Além de uma menor oxigenação do sangue, para se manter em um ambiente hipobárico (com ar rarefeito), há o aumento das frequências cardíaca e respiratória. ;Os gases presentes no organismo, como no intestino e dentro da tuba auditiva, expandem de tamanho duas vezes, e isso é um problema. Por isso, o indivíduo gripado não deve voar e o que fez cirurgia recente vai sentir certo desconforto;, diz Melhado. A nefrologista ressalta que o aeroporto é um lugar de morte súbita porque se anda muito e se carrega peso. Para um passageiro com angina, por exemplo, é alta a chance de ele sofrer um infarto em um ambiente com baixa oxigenação depois do estresse físico.
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