Ciência e Saúde

Nova técnica de implante auditivo possibilita escutar melhor

A tecnologia, desenvolvida na Suíça, é indicada para quem apresenta malformação do ouvido externo ou doença do ouvido médio e perda auditiva de até 40dB

postado em 04/06/2014 09:31
Salvador e Brasília - Aos 34 anos, Eudileia Carmosa Maria da Cunha Silva pensou que nunca mais escutaria com nitidez. Desde criança, a dona de casa se via às voltas com problemas auditivos e, há cerca de 10 anos, uma otite severa atingiu os dois ouvidos. No esquerdo, um tumor benigno consumia os tecidos do órgão e ela não acreditava mais na eficácia do aparelho convencional. Os transtornos eram diversos, desde o sono intranquilo por medo de que a filha, hoje com 5 anos, engasgasse e passasse mal, a problemas de convivência e enfrentamento do preconceito. Uma nova técnica de implante auditivo lhe deu a possibilidade de escutar melhor e planeja retomar os estudos.



A tecnologia, desenvolvida na Suíça, é indicada para quem apresenta malformação do ouvido externo ou doença do ouvido médio e perda auditiva de até 40dB. O dispositivo chegou ao Brasil no fim do ano passado e chama a atenção pelo baixos riscos de infecção que oferece, já que os pacientes são submetidos a uma cirurgia menos invasiva para a colocação do Bonebrigde. Diferentemente da primeira geração de implantes auditivos, que também demanda maior acompanhamento clínico, o novo dispositivo é colocado logo abaixo da pele (veja infográfico) e a condução sonora se faz por meio da ressonância no estribo. Por isso, a cicatrização é mais rápida e o aparelho não imprime tanta pressão ao ouvido do paciente, reduzindo drasticamente a sensação de incômodo.

Outro ponto que facilita a adaptação ao implante é o fato de ele ser flexível. Constituído de silicone e titânio, o equipamento acompanha o desenvolvimento do sistema auditivo dos pacientes. Assim, ele pode ser colocado em crianças e não precisa ser substituído posteriormente. Essa aplicação, no entanto, não é aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na Europa, pode-se implantá-lo em pessoas com no mínimo 4 anos.

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