Ciência e Saúde

Tecnologia desenvolvida por brasileiro ajudará um paraplégico a caminhar

O projeto Andar de Novo é resultado da união de neurociência, robótica, nanotecnologia e prostética de um grupo internacional de pesquisadores

postado em 08/06/2014 08:00
Nos assentos do Itaquerão, 70 mil torcedores estarão ansiosos pelo início do Mundial de 2014 na próxima quinta-feira. Para um grupo de cientistas e deficientes físicos, porém, o chute que antecederá a partida será ainda mais importante que o desferido por um dos jogadores de Brasil ou Croácia. A alguns metros do centro do campo, um paraplégico se levantará da cadeira de rodas e, após caminhar, dará um pontapé na bola. É o gol que o neurologista brasileiro Miguel Nicolelis espera ver desde a década de 1990, quando começou a idealizar um equipamento capaz de devolver o movimento de membros paralisados a partir da leitura de sinais cerebrais.

Embora ainda longe de aposentar as cadeiras de rodas, o exoesqueleto que será usado no início da cerimônia da Copa do Mundo representa, literalmente, o primeiro passo para a autonomia completa de pessoas que não conseguem se sustentar sobre as pernas. Experimentos anteriores, realizados por outros cientistas, já possibilitaram que até mesmo tetraplégicos ; com movimento dos quatro membros comprometidos ; deslocassem braços eletrônicos e pegassem objetos apenas com o pensamento. Contudo, a veste robótica, batizada de Brasil Santos Dumont 1, é a primeira a utilizar sensores capazes de fazer um deficiente físico ficar de pé e caminhar. Mais do que isso, o equipamento pode enviar sinais de volta ao usuário. Ou seja, quando ele chutar a bola, sentirá um estímulo tátil.

O projeto Andar de Novo é resultado da união de neurociência, robótica, nanotecnologia e prostética de um grupo internacional de pesquisadores. Nicolelis, que trabalha na Universidade de Duke, nos Estados Unidos, foi responsável pelo desenvolvimento dos sensores que ;leem pensamentos; e os enviam ao exoesqueleto, um sistema conhecido como interface cérebro-máquina-cérebro. O trabalho robótico ficou a cargo de cientistas alemães e, na França, construiu-se a veste. Suíços também participaram do projeto, que recebeu R$ 33 milhões da Agência Brasileira da Inovação (Finep).

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