Ciência e Saúde

Gripe aviária tem chances de virar pandemia similar a espanhola

Bastam sete alterações no gene que causa a doença para que ela fique tão agressiva quanto a que matou 40 milhões de pessoas no século passado. Segundo cientistas, as drogas atuais podem conter as mutações

Isabela de Oliveira
postado em 12/06/2014 08:48
Uma pandemia similar à causada pela gripe espanhola pode se repetir, revela um estudo publicado na última edição da revista Cell Host & Microbe. De acordo com os pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, o atual vírus da gripe aviária tem os ingredientes genéticos necessários para se transformar em um patógeno similar ao que matou 40 milhões de pessoas ao redor do mundo em 1918. A descoberta, no entanto, vem acompanhada de um alívio: as drogas disponíveis têm capacidade de combater o perigoso micro-organismo, evitando que uma crise tão grande quanto à do início do século volte a atormentar a humanidade.

Amostras encontradas na natureza apresentaram as similaridades que conferem o potencial devastador da gripe espanhola à aviária
Liderados por Yoshihiro Kawaoka, cientistas identificaram oito genes isolados de vírus da influenza obtidos em patos selvagens. As amostras encontradas na natureza apresentaram as similaridades que conferem o potencial devastador da gripe espanhola à aviária. Utilizando métodos de genética reversa - abordagem para descobrir como alguns fenótipos surgem a partir de sequências de DNA específicas -, a equipe gerou em laboratório um vírus que tinha apenas 3% de diferença genética em relação à influenza espanhola. O organismo criado mostrou-se mais patogênico em ratos e em furões do que os que causam a gripe aviária, mas não tão violento quanto o vírus de 1918.



Em uma segunda etapa, investigaram quantas alterações genéticas seriam necessárias para que o micro-organismo encontrado nos patos selvagens se tornasse transmissível entre furões, animais que reproduzem com fidelidade os mecanismos de transmissão e os sintomas da gripe que ataca humanos. Descobriram que bastam sete alterações nos genes virais para que ele se espalhe de forma tão agressiva quanto o da gripe espanhola.

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