Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Tamar ultrapassa a marca de dois milhões de filhotes de tartaruga-marinha

Ação do projeto, ao longo de 34 anos, contou também com a participação da população, que hoje ajuda na preservação das espécies

Em uma longa existência, que pode chegar a 100 anos, a tartaruga marinha só pisa em terra firme para desovar. E o espetáculo, que desperta o interesse de turistas, pesquisadores e ambientalistas, é visto nas épocas mais quentes do ano, nas regiões litorâneas do Brasil. São milhares de filhotes que deixam os ovos, emergem da areia da praia e seguem, em um ;balé natural;, rumo ao mar. Seria um final feliz para elas, se as cinco espécies encontradas no Brasil não estivessem ainda sob ameaça de extinção. Além dos predadores naturais, as ações do homem têm feito com que esses animais estejam em constante perigo.



A tendência do aumento no número de fêmeas tem sido notada pelo projeto principalmente depois de 2005. Além das ações do Tamar em várias localidades da costa brasileira, Marcovaldi ressalta que a conscientização da população também foi um fator fundamental para a manutenção das espécies. Pescadores que antes caçavam as tartarugas para comer, hoje veem nelas uma fonte de renda: 1.300 pessoas participam diretamente do Tamar. O projeto, que tem o patrocínio da Petrobras, possui 20 bases de pesquisa e 11 centros de visitantes em nove estados brasileiros.



Ameaça de extinção

As cinco espécies de tartarugas marinhas encontradas no Brasil continuam ameaçadas de extinção, segundo critérios da lista brasileira e mundial de espécies ameaçadas. Das cinco, quatro desovam no litoral e, por estarem mais expostas, são as mais ameaçadas: cabeçuda; a de pente, que é a mais ameaçada dentre elas; a oliva, que está em melhor recuperação; e a de couro, que é a mais rara delas. De cada mil filhotes que nascem, só um ou dois conseguem atingir a maturidade.

Homenagem

No dia 16 de junho é celebrado o dia internacional da tartaruga marinha. A data é uma homenagem ao nascimento do Dr. Archie Carr, que, na década de 1950, começou a trabalhar na conservação das tartarugas marinhas em Tortuguero, na Costa Rica, e se tornou um dos mais importantes pesquisadores da área.

Vídeo feito pelo Projeto Tamar mostra momento da desova de ovos:

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