Bruna Sensêve
postado em 01/07/2014 06:30
Uma briga de titãs dentro do organismo de soropostivos que chamou a atenção de cientistas durante a pandemia de influenza A em 2009 acaba de ser desvendada por pesquisadores brasileiros. De um lado, o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Crônico, mas sob controle. Do outro, o destruidor H1N1, que se instala principalmente em pessoas com o sistema imune comprometido. O vencedor? O dono da casa há mais tempo e até hoje imbatível, o HIV. Ao que parece e foi comprovado em laboratório, a infecção pelo micro-organismo causador da Aids impede que o da influenza se replique dentro do organismo de pacientes inicialmente soropositivos. O segredo está em um tipo específico de resposta imune liberada pelo corpo na presença constante do patógeno até hoje indebelável.Os resultados foram encontrados por um grupo de cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) no Rio de Janeiro. Liderados pelo virologista e pesquisador do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC Thiago Moreno, eles publicaram os achados na edição de hoje da revista científica internacional Plos One. ;Em 2009, já foi surpreendente observar que soropositivos aparentemente estavam sendo menos afetados em termos de mortalidade pela pandemia que outros grupos imunocomprometidos, como pacientes com câncer e transplantados;, lembra.
A observação clínica foi revelada por estudiosos de diferentes partes do mundo, incluindo o Brasil e a Argentina. A equipe do IOC ficou com a incumbência de desvendar os mecanismos celulares e moleculares que justificassem o fenômeno. ;Identificamos alguns mecanismos que o HIV é capaz de induzir no hospedeiro e acabam provocando a inibição ou impedindo a replicação do H1N1.; Moreno explica que a primeira diferença observada entre as duas infecções é que a provocada pelo HIV é crônica, enquanto a pelo H1N1, aguda.
A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .