Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Esperma é criado de tecido congelado; técnica poderá servir em tratamentos

Um grupo desenvolveu um sistema de cultura de órgãos capaz de induzir o processo completo de espermatogênese, quando o esperma é produzido no organismo

Entre todas as pessoas com câncer, a proporção daquelas com menos de 20 anos é de 1%.

Hoje, é rotineiro que adultos utilizem a técnica de criopreservação, ou congelamento, de sêmen e de óvulos antes de serem submetidos a tratamento contra o câncer para a possibilidade de ter que recorrer à fertilização no futuro. O cuidado, porém, não é possível para doentes que não chegaram à puberdade. Na transição da infância para a adolescência, os órgãos sexuais se tornam maduros o suficiente para produzir gametas. Os óvulos, no caso feminino; e os espermatozoides, no masculino. A dificuldade está justamente no fato de os ovários e os testículos das crianças não estarem prontos para essa produção no momento anterior ao tratamento oncológico. Em novo trabalho publicado na edição de hoje da revista científica Nature Communications, pesquisadores japoneses se aproximam dessa realidade.

O grupo liderado por Takehiko Ogawa, da Escola de Medicina da Universidade de Yokohama, desenvolveu um sistema de cultura de órgãos capaz de induzir o processo completo de espermatogênese, quando o esperma é produzido no organismo. Em um trabalho anterior, eles já haviam verificado essa possibilidade. Para confirmar o resultado e testar a competência do esperma criado, refinaram o método de criopreservação e realizaram experimentos de microinseminação em camundongos. ;Os dados finais mostraram que a prole resultante era saudável e reprodutivamente competente quando amadureceu, indicando que essa medida poderia ser clinicamente aplicável no futuro;, define o artigo.
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