Paloma Oliveto
postado em 30/07/2014 06:00
Elas passaram a vida inteira fazendo dieta para perder peso. Cortaram calorias, reduziram gorduras, apostaram nos cardápios ricos em proteína. Mas, no fim, só conseguiram incorporar comportamentos de risco, tornando-se obesas ou dependentes de álcool. A conclusão foi de uma pesquisa que acompanhou universitárias ao longo de 10 anos em quatro períodos: 1982, 1992, 2002 e 2012. Apresentados ontem no encontro anual da Sociedade de Estudo do Comportamento de Ingestão, em Seattle (EUA), os resultados demonstram que, quanto mais cedo inicia o regime de emagrecimento, mais provável que, aos 30 anos, a mulher apele para estratégias extremas de controle de peso, como indução do vômito. A análise estatística também achou uma relação entre as dietas restritivas na juventude e o abuso de bebida, o sobrepeso ou a obesidade na idade adulta.
Pesquisadora do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual da Flórida, Pamela K. Keel lembra que, há décadas, a ;mania de dieta; é algo comum entre adolescentes e jovens adultas, sendo que entre 30% e 50% delas confessam estar fazendo regime para emagrecer quando abordadas por estudiosos do tema. ;Artigos recentes também mostram que a restrição alimentar para perda de peso está associada a problemas sociais e emocionais. Então, é possível que esses tipos de regime representem um fator de risco geral para distúrbios alimentares;, acredita.
Para a psicóloga, uma questão importante a se considerar é se a tendência de fazer dietas no fim da adolescência e no início da fase adulta signifique, mais tarde, medidas desesperadas. ;Também é essencial saber se o hábito de aderir a esquemas de perda de peso está associado a problemas de saúde com o passar do tempo;, diz. Por isso, ela decidiu investigar dados epidemiológicos que vêm sendo coletados desde 1982 entre universitárias da Flórida. No total, 2.181 mulheres de 19 anos completaram as pesquisas sobre comportamentos de saúde e 1.351 retornaram 10 anos depois para a fase final do estudo.
Nos testes, precisavam dizer a frequência com que faziam dieta, a idade em que iniciaram, as estratégias usadas (baixa caloria, baixa gordura, pouco carboidrato, muita proteína e métodos extremados, como indução de vômito, uso de laxante/diurético, pílulas para emagrecer ou jejum). As participantes também precisavam indicar seus padrões de consumo alcoólico.
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