Há 10 anos, a escavação de restos de um esqueleto na Ilha de Flores, na Indonésia, excitou a comunidade científica. Antropólogos australianos e indonésios anunciaram a descoberta de LB1, a ;Pequena Dama de Flores; ou ;Flo;, uma criaturinha com volume craniano de apenas 380ml, o que fazia seu cérebro mais similar ao de um chimpanzé. Mas determinou-se que essa era uma espécie humana ante então completamente desconhecida, considerada, à época, a ;descoberta mais importante da evolução do homem em 100 anos;. Agora, porém, surgiu uma tese polêmica. Para pesquisadores da Universidade de Adelaide e da Universidade de Penn State, o fóssil era, na verdade, de um Homo sapiens com síndrome de Down.
Robert B. Eckhardt, professor de genética e evolução em Penn State; Maciej Henneberg, especialista em anatomia e patologia da Universidade de Adelaide; e Kenneth Hsü, geólogo e paleoclimatologista do Instituto Federal de Tecnologia Suíço, garantem que o LB1 não representa uma nova espécie. Ao analisar novamente o fóssil, eles afirmaram, na edição de ontem da revista Pnas, que as características anatômicas significam um desenvolvimento esquelético anormal, com traços consistentes com o diagnóstico de Down. ;A amostra da caverna de Liang Bua contém fragmentos de muitos indivíduos, e o LB1 é o único espécime com caveira e fêmur entre todos. Nenhuma descoberta substancial de novos ossos foi feita no local desde a escavação do LB1;, disse Eckhardt.
As descrições iniciais do fóssil, cuja espécie foi batizada de Homo floresiensis, focaram nas características anatômicas diferentes: o volume cranial diminuto e dos ossos da coxa encurtados foram usados para reconstruir uma criatura de 1,06m que viveu há 15 mil anos. Nessa época, o Homo sapiens já havia surgido há tempos: por volta de 200 mil anos atrás, o homem moderno habitava a Terra.
Uma década depois da descoberta, os cientistas reexaminaram as evidências no contexto de estudos clínicos, sugerindo uma explicação diferente, publicada em dois artigos da Pnas. Em primeiro lugar, eles sustentam, o volume craniano e a estatura do LB1 foram subestimadas, ;marcadamente menores que qualquer outra tentativa posterior de confirmá-las;, escreveram.
A matéria completa está disponível para assinantes. Para assinar, clique