Ciência e Saúde

Revisão de dados sugere fóssil de Homo sapiens com síndrome de Down

As descrições iniciais do fóssil, cuja espécie foi batizada de Homo floresiensis, focaram em características anatômicas diferentes

postado em 05/08/2014 06:05

A caveira do LB1 original foi reconstituída em duas versões para ilustrar a assimetria facial, característica que sugere um distúrbio de desenvolvimento

Há 10 anos, a escavação de restos de um esqueleto na Ilha de Flores, na Indonésia, excitou a comunidade científica. Antropólogos australianos e indonésios anunciaram a descoberta de LB1, a ;Pequena Dama de Flores; ou ;Flo;, uma criaturinha com volume craniano de apenas 380ml, o que fazia seu cérebro mais similar ao de um chimpanzé. Mas determinou-se que essa era uma espécie humana ante então completamente desconhecida, considerada, à época, a ;descoberta mais importante da evolução do homem em 100 anos;. Agora, porém, surgiu uma tese polêmica. Para pesquisadores da Universidade de Adelaide e da Universidade de Penn State, o fóssil era, na verdade, de um Homo sapiens com síndrome de Down.

Robert B. Eckhardt, professor de genética e evolução em Penn State; Maciej Henneberg, especialista em anatomia e patologia da Universidade de Adelaide; e Kenneth Hsü, geólogo e paleoclimatologista do Instituto Federal de Tecnologia Suíço, garantem que o LB1 não representa uma nova espécie. Ao analisar novamente o fóssil, eles afirmaram, na edição de ontem da revista Pnas, que as características anatômicas significam um desenvolvimento esquelético anormal, com traços consistentes com o diagnóstico de Down. ;A amostra da caverna de Liang Bua contém fragmentos de muitos indivíduos, e o LB1 é o único espécime com caveira e fêmur entre todos. Nenhuma descoberta substancial de novos ossos foi feita no local desde a escavação do LB1;, disse Eckhardt.



As descrições iniciais do fóssil, cuja espécie foi batizada de Homo floresiensis, focaram nas características anatômicas diferentes: o volume cranial diminuto e dos ossos da coxa encurtados foram usados para reconstruir uma criatura de 1,06m que viveu há 15 mil anos. Nessa época, o Homo sapiens já havia surgido há tempos: por volta de 200 mil anos atrás, o homem moderno habitava a Terra.

Uma década depois da descoberta, os cientistas reexaminaram as evidências no contexto de estudos clínicos, sugerindo uma explicação diferente, publicada em dois artigos da Pnas. Em primeiro lugar, eles sustentam, o volume craniano e a estatura do LB1 foram subestimadas, ;marcadamente menores que qualquer outra tentativa posterior de confirmá-las;, escreveram.

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