Ciência e Saúde

OMS cogita usar remédio experimental em larga escala no combate ao ebola

Em contrapartida, o presidente Barack Obama disse ser prematuro usar o medicamento para tratar infectados na África

postado em 07/08/2014 09:40
Na Libéria, mulheres rezam pelo fim da epidemia: o país africano concentra a maioria dos casos de infecção e morte
O rápido avanço do ebola no continente africano trouxe um impasse à Organização Mundial da Saúde (OMS). A agência ligada à ONU considera usar em larga escala a droga ZMapp, utilizada para tratar um médico e uma enfermeira norte-americanos infectados pelo vírus na Libéria. A droga, porém, é experimental. Até então, a empresa Mapp Biopharmaceutical só havia feito testes com animais. Faltam os experimentos clínicos que atestem a segurança e a eficácia da substância em humanos.

;Estamos em uma situação incomum diante deste surto. Temos uma doença de alto índice de letalidade, sem nenhum medicamento ou vacina para combatê-la. Precisamos perguntar aos especialistas em ética médica o que é a coisa mais responsável a fazer;, disse, em nota, a diretora adjunta da OMS, Marie-Paule Kieny. A entidade iniciou ontem uma reunião de dois dias para decidir se a epidemia representa uma ;emergência de saúde pública de alcance mundial;, o que poderia levar a medidas em escala internacional.

A hipótese de usar a droga experimental foi levantada em um momento de críticas à postura dos EUA. Especialistas em doenças infecciosas indagam por que a substância com efeito ;milagroso;, segundo a emissora norte-americana CNN, não pode ser oferecida às vítimas africanas.



O presidente Barack Obama disse ontem ser prematuro usar o medicamento para tratar infectados na África. ;Acredito que devemos deixar que a ciência nos guie e não creio que tenhamos todas as informações para determinar se esse remédio é eficaz.;

[SAIBAMAIS]A OMS também foi alvo de questionamentos. Na última terça-feira, três dos maiores especialistas em ebola do mundo ; Peter Piot, que descobriu a doença em 1976, David Heymann e Jeremy Farrar ; disseram ser necessária uma resposta mais forte da agência da ONU, ;a única instância com autoridade internacional; para permitir o uso de tratamentos experimentais. ;Os governos africanos devem ser autorizados a tomar decisões sobre se devem ou não usar esses produtos para, por exemplo, proteger e tratar trabalhadores de saúde que atuam diante de um alto risco de infecção;, escreveram em um comunicado.

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