Ao ver um colega bocejar, as chances de você repetir o gesto, involuntariamente, são grandes. Essa vontade irresistível de ;imitar; o amigo é conhecida por cientistas como bocejo contagioso e é considerada uma das manifestações mais básicas da empatia, a habilidade de experimentar as emoções dos outros. Ainda existe, entre os especialistas, um debate se o homem é o único ser empático da natureza, mas estudos sugerem que, pelo menos em outra espécie, os bonobos, o abrir de bocas parece estar relacionado com a identificação com quem está em frente.
Dispostos a verificar o quão parecida é a capacidade empática do homem e do bonobo, grande primata muito próximo evolutivamente do Homo sapiens, pesquisadores italianos decidiram medir minuciosamente a resposta por meio do bocejo em humanos e símios. O resultado sugere que o ser humano não parece biologicamente mais preparado para expressar esse comportamento empático que seu primo. A diferença está mesmo nos laços sociais mais refinados que homens e mulheres conseguem criar.
O que permite essa conclusão é o fato de homens e bonobos apresentarem o mesmo padrão quando alguém com quem não têm afinidade boceja na frente deles. A frequência e o tempo de resposta, nesses casos, são os mesmos nas duas espécies, o que, para os autores do artigo, publicado no periódico PeerJ, sugere que o contágio emocional não é naturalmente mais proeminente nos humanos. No entanto, quando o bocejo parte de alguém próximo, a repetição do gesto é mais comum e mais rápida nas pessoas do que nos primatas. Os pesquisadores acreditam que essa diferença acontece por conta do relacionamento mais complexo entre seres humanos, que envolvem muitas memórias e lembranças, o que intensificaria a repetição.
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