Ciência e Saúde

Estudos começam a mostrar que as mudanças climáticas prejudicam a saúde

Série de reportagens iniciada hoje explica como o aquecimento global ameaça a vida e o bem-estar dos brasileiros, favorecendo o aumento de doenças, como a dengue e a malária

Paloma Oliveto
postado em 17/08/2014 08:00
Série de reportagens iniciada hoje explica como o aquecimento global ameaça a vida 
e o bem-estar dos brasileiros, favorecendo o aumento de doenças, como a dengue e a malária

A Terra está febril. Nem os céticos do aquecimento global discordam que os termômetros subiram no último século. Mas ela não é a única a adoecer. O homem, considerado por especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) como o mais provável causador das mudanças climáticas, também padece do mal que ele mesmo provocou. À medida que o planeta entra em transe, com precipitações e estiagens fora de época, temperaturas extremas e desastres naturais sem precedentes, aumentam os riscos de epidemias, enfermidades respiratórias, cardiovasculares, renais e até mentais.

Embora a associação entre mudanças climáticas e algumas doenças infecciosas merecesse algumas citações, até recentemente o tema era tratado de maneira tímida. Sempre se falou em rombo na camada de ozônio, derretimento das calotas polares, desertificação de biomas, mas poucas vezes os cientistas se debruçavam sobre os efeitos disso tudo sobre o bem-estar humano.

Em 2009, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou diretrizes para a elaboração de um plano de trabalho, com objetivo de investigar essa relação. Desde então, aumentou a quantidade de pesquisas a respeito ; no PubMed, maior banco de dados de artigos médicos, há 4.037 títulos que associam mudanças climáticas à saúde. Todos foram produzidos nos últimos cinco anos. De 27 a 29 deste mês, o órgão da ONU vai sediar, em Genebra, a primeira conferência específica do tema, com duas linhas principais de discussão: resiliência e mitigação.

Relatório

Ele existe, mas é difícil medir o impacto das mudanças climáticas sobre a saúde humana. ;A maior parte dos efeitos são indiretos e, por isso, há dificuldade de avaliá-los sob o ponto de vista epidemiológico;, explica Ulisses Confalonieri, um dos maiores especialistas mundiais nessa relação. Professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), há 17 anos o médico e veterinário integra a equipe de cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas. Ele já foi autor e coordenador do comitê de saúde do grupo II ; responsável pelas avaliações sobre impactos, adaptação e vulnerabilidade ; e, agora, revisou o volume sobre saúde humana do rascunho do quinto relatório do painel, divulgado em março passado.

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