Ciência e Saúde

Jogar videogame faz crianças e adolescentes se tornarem mais altruístas

No entanto, os exageros aumentam o risco de comportamentos destrutivos, como o vício em álcool

postado em 19/08/2014 09:05
Giovani Leo, 8 anos, ganhou o primeiro videogame quando tinha quatro. Desde então, os pais acompanham e controlam o tempo de jogo e o conteúdo, garantindo que a diversão seja apropriada para a idade do garoto. ;Olhamos a classificação indicativa, e meu marido testa os que são para 10 ou 12 anos;, conta Andrea Leo. A supervisão, indicada regularmente por especialistas, ganhou recentemente mais aval científico. Estudos ligam o tempo de dedicação aos jogos e o tipo deles ao comportamento de crianças e adolescentes.

Silvio e Andrea controlam os jogos de Giovani, que gosta das partidas on-line:
Cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, concluíram que jovens que jogam durante menos de uma hora por dia são mais bem ajustados socialmente; os que passam entre uma e três horas não colhem benefícios nem prejuízos da experiência; os que ficam por mais de três horas tendem a ter problemas de satisfação com a vida e com a externalização dos problemas. ;Comparado a quem não joga, os que passam menos tempo em frente às telas têm mais atitudes altruístas, facilidade em problemas emocionais e menos problemas de conduta;, explicou Andrew Przybylski, chefe do estudo, publicado na revista Pediatrics.



No caso de Giovani, o controle ganhou ainda mais importância devido a uma intolerância à poeira descoberta após ele ter tido coqueluche. ;Ele não pode mais descer para brincar ou fazer atividade física ao ar livre. A distração principal se tornou o videogame;, conta Silvio Leo, pai do menino. O bancário, acostumado a jogar bola com o filho embaixo do bloco, não abandonou os momentos de diversão em conjunto. Ela faz dupla com Giovani nas partidas virtuais. Decisão sábia, de acordo com Przybylski: ;O estudo não examinou maneiras de os pais fazerem os filhos jogarem menos, mas eu percebo que os adultos que se envolvem nas atividades acabam conhecendo melhor os interesses e as motivações dos mais jovens;.

O game preferido do menino, Minecraft, também ajuda a reunir os parentes que moram em Ribeirão Preto, São Paulo. ;Os primos jogam on-line. Giovani interage bastante com eles durante os jogos;, conta Andrea. O garoto encontra-se ainda com os amigos nos fins de semana para partidas em conjunto. ;É um ótimo meio de aprender a compartilhar;, diz a mãe, que faz questão de manter outras atividades para divertir o filho. A família sai, por exemplo, para ver filmes e ir ao teatro e brinca em casa com jogos de tabuleiro.

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