Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Botox paralisa câncer; experimento abre a possibilidade de novo uso clínico

Injetada em tumores gástricos, a toxina impediu o crescimento da doença em ratos



O efeito acontece porque o sistema nervoso é crucial para a regulação de diversos órgãos do corpo, inclusive dos que sofrem com cânceres. O grupo de pesquisadores que desenvolveu o procedimento, ainda experimental, acredita que o crescimento do cancro pode ser suprimido com a eliminação de sinais enviados pelos nervos que estão ligados a células-tronco do tumor. Esse bloqueio, chamado denervação, é alcançado por procedimento cirúrgico ou apenas pela aplicação local de botox. Os resultados foram publicados na última edição da revista científica Science Translational Medicine por cientistas de grandes instituições de pesquisa, como a Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, a Universidade de Columbia e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Uma das principais vantagens da terapia proposta é que a toxina proporciona um procedimento barato, seguro e eficiente. Os testes foram realizados somente em camundongos (veja infografia), mas há a intenção de começar em breve com humanos. Inicialmente, os cientistas tentaram três métodos para interromper a ligação entre os nervos e o tumor: por corte do nervo vago gástrico (vagotomia) e com medicamento e intervenção genética para bloquear o receptor do neurotransmissor que estimula o crescimento de células cancerígenas. Todos foram bem-sucedidos em suprimir o avanço tumoral, mas sem as vantagens do botox, especialmente a ausência de intervenção cirúrgica.

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