Ciência e Saúde

Técnica que ativa neurônios é capaz de transformar memórias más em boas

Estudo pode abrir caminhos para tratamentos de estresse pós-traumático e depressão

postado em 28/08/2014 09:57
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Grande parte das memórias está associada a algum tipo de emoção, positiva ou negativa. Mas essa sensação nem sempre é estática, mostram pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA, e do Instituto Riken, no Japão. Eles conseguiram, em ratos, transformar lembranças más em boas, e vice-versa, utilizando a optogenética, técnica que aciona grupos de neurônios a partir de estímulos luminosos.

O estudo, apresentado na revista Nature, traz uma compreensão melhor de como as lembranças se formam e ajuda a esclarecer como processos de psicoterapia agem sobre o cérebro. Além disso, os resultados podem aprimorar os tratamentos de depressão e estresse pós-traumático, distúrbio que afeta pessoas que passaram por situações extremamente tensas. ;Poderemos desenvolver abordagens que ajudem as pessoas a lembrar mais de memórias positivas do que de negativas;, indicou a coautora Susumu Tonegawa.

Pesquisas anteriores apontaram que um conjunto de neurônios é acionado na formação da memória. Enquanto o hipocampo parece atuar mais para que os indivíduos se lembrem de determinado lugar, outra região cerebral, a amígdala, está mais relacionada às sensações experimentadas naquele local. Juntas, essas áreas atuam e formam uma só lembrança, como ;foi bom (ou ruim) estar ali;.



A memória também não é estática, mas maleável, como explica o neurologista Renato Anghinah. ;Isso é bem conhecido. O próprio indivíduo pode ter vivido uma experiência e, ao longo dos anos, ir mudando o relato sobre ela, criando uma nova história sobre o ocorrido, que, para ele, passa a ser verdadeira;, disse o membro da Associação Brasileira de Neurologia (ABNeuro) e médico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

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