O que é necessário para que uma floresta mantenha-se saudável e possa ser renovada permanentemente, garantindo a sobrevivência das espécies que a habitam? Segundo especialistas, é necessário que uma parte considerável dela seja mantida intacta, sem interferência humana. Um estudo publicado hoje na revista Science apresenta uma estimativa do quanto o Brasil precisa investir para que a biodiversidade da Mata Atlântica seja preservada. Segundo o grupo, seriam necessários US$ 198 milhões por ano, o equivalente a 6,5% da despesa anual com subsídios agrícolas ou cerca de 0,01% do PIB do país.
O dinheiro seria usado para ressarcir donos de terras na região do bioma que preservassem pelo menos 30% de suas propriedades intocadas. ;Nosso estudo mostrou que é necessário preservar no mínimo 30% de cobertura nas propriedades para manter a biodiversidade e as funções ecológicas em áreas rurais. No entanto, esses resultados apenas podem ser transformados em políticas públicas quando associamos um valor econômico aos benefícios ecológicos. Afinal, do que adianta falar que precisamos preservar 30% do hábitat se essa meta for irrealista ou cara demais?;, diz ao Correio Cristina Banks-Leite, professora do Imperial College London e coautora do artigo.
De acordo com a pesquisadora, já existem diversos programas de pagamentos por serviços ambientais que pagam proprietários para preservarem ou restaurarem partes de suas terras. ;Nossa ideia é apenas a de expandir esses programas que já são desenvolvidos por governos estaduais e ONGs, entre outros, para uma escala muito maior. Nós sugerimos o lançamento de um programa centralizado que abrangeria todos os estados onde está o bioma da Mata Atlântica;, explica a cientista.
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