Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Aparelho trata a surdez, mas afeta a aprendizagem, diz pesquisa americana

O efeito adverso foi constatado em crianças que usam implante coclear

Colocado no crânio, o implante coclear permite que pessoas com surdez profunda consigam escutar por meio de estímulos elétricos enviados aos nervos auditivos. Com o benefício chancelado por cientistas, porém, vem o risco de perdas cognitivas. É o que mostra um estudo recente da Universidade de Indiana (EUA). Pesquisadores afirmam que, comparadas às crianças com audição normal, aquelas que têm o dispositivo apresentam até cinco vezes mais chances de sofrer com falhas de memória, atenção, planejamento e aprendizagem conceitual.



Isso porque atrasos cognitivos são, de acordo William G. Kronenberger, líder da pesquisa, normalmente relatados pelos pais ou por pessoas que trabalham diretamente com meninos e meninas que têm o implante coclear. ;Na nossa pesquisa, entre um terço e metade das crianças com o dispositivo apresentaram perdas cognitivas, como de memória, atenção e planejamento.;

Os participantes do experimento foram divididos em dois grupos: em idade pré-escolar, de 3 a 5 anos, e em idade escolar, de 7 a 17 anos. Partindo de uma escala determinada pelos pesquisadores, os pais avaliaram o desempenho na execução de funções rotineiras dos filhos. Os resultados indicaram que as crianças pré-escolares que tinham colocado o implante com em média 18 meses de vida apresentaram menos perda cognitiva do que aquelas em idade escolar e que foram submetidas à cirurgia para receber o dispositivo cerca de 10 meses depois.

;Nas áreas críticas de atenção controlada, memória, planejamento e solução de problemas, cerca de 30% a 45% dos participantes com implante coclear marcaram acima do valor de corte. Já, no caso daqueles com audição normal, cerca de 15% ou menos apresentaram os mesmos problemas;, detalha Kronenberger.

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