Os desastres naturais provocaram em 2013 um deslocamento de pessoas três vezes maior que o número registrado pela violência, um dado que reforça a urgência de combater as mudanças climáticas, afirma um estudo divulgado nesta quarta-feira (17/9). Quase 22 milhões de pessoas foram deslocadas em consequência de desastres naturais, segundo o Conselho Norueguês para os Refugiados (NCR, na sigla em inglês), uma organização independente especializada em ajudar as vítimas.
O NRC, dirigido por Jan Egeland, ex-secretário-geral-adjunto para Assuntos Humanitários das Nações Unidas, solicita que o tema dos deslocados seja transformado em uma prioridade na agenda das negociações para obter um acordo que diminua os efeitos do aquecimento global. Os governos devem garantir que os projetos de ajuda e os doadores permaneçam atentos ao crescente risco de deslocamentos em massa. Também devem facilitar as migrações e prever a possibilidade de transferências, com respeito às populações mais vulneráveis, aponta o documento.
O documento destaca os resultados dos estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, que consideram as ações do homem responsáveis pelo número crescente de desastres naturais. Mais de 80% dos deslocados por catástrofes naturais em 2013 estavam na Ásia. Nas Filipinas, por exemplo, somente a passagem dos tufões Haiyan e Trami deixaram 5,8 milhões de deslocados.