Agência France-Presse
postado em 19/09/2014 08:33
Uma projeção feita com base no último relatório de perspectivas da população mundial divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que o número de habitantes no planeta deve alcançar os 11 bilhões até o fim do século. São 2 bilhões de habitantes a mais do que previsões anteriores. O principal fator para o crescimento populacional estaria na África Subsaariana, que pode quadruplicar o número de habitantes - de 1 bilhão para 4,2 bilhões - em menos de um século.O estudo, publicado na edição de hoje da revista Science, levou em conta fatores como a taxa de fecundidade e a expectativa de vida de cada país. O levantamento usou um novo método estatístico mais detalhado do que o usado em previsões anteriores, combinando estimativas de governos e especialistas. Como se trata, evidentemente, de uma projeção, os autores afirmam que há 80% de chances de que a Terra abrigue entre 9,2 bilhões e 12,3 bilhões de pessoas nas próximas oito décadas - sendo 11 bilhões o cenário mais provável.
Os levantamentos anteriores levavam os pesquisadores a acreditar que o total de humanos se estabilizaria em 9 bilhões até a década de 2070 e que, então, passaria a decair lentamente. Os demógrafos explicam que, há uma década, pensava-se que a fecundidade na África seguiria o mesmo ritmo da taxa de nascimentos da América Latina, que tem diminuído rapidamente nos últimos anos. No entanto, as africanas continuam tendo mais filhos, 4,6 crianças, em média, cada uma.
A diminuição da mortalidade pelo vírus HIV também contribuiu para o aumento da população da região. ;Acho que ninguém podia ter previsto isso há 15 anos;, explica Adrian Raftery, professor de estatística e sociologia na Universidade de Washington e um dos autores do estudo. ;Temos muito mais informações agora;, completa. Espera-se que a taxa de fecundidade diminua bastante na região até 2100, mas, depois do número crescente de nascimentos do início do século, é bastante provável que a população da África Subsaariana continue a aumentar a uma taxa de 1,6% ao ano.
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