Celina Aquino
postado em 22/09/2014 06:45
Belo Horizonte ; Quatro meses depois de dar à luz, a dona de casa Tatiane Paula Gomes Lacerda, 22 anos, percebeu que seu bebê estava com estrabismo. Além disso, os olhos não acompanhavam o movimento dos brinquedos e a cabeça permanecia sempre baixa. Como os exames oftalmológicos não acusavam alterações, os médicos demoraram a confirmar o diagnóstico: Nicolas Miguel Gomes Silva, hoje com 2 anos, tem uma doença genética rara chamada displasia septo-óptica. Também conhecida como síndrome de Morsier, em referência ao especialista que a descreveu em 1956, a alteração faz com que as crianças tenham perda de visão, deficiência intelectual e problemas hormonais.Em todo o mundo, um em cada 10 mil bebês nascem com a displasia septo-óptica. O maior número de casos envolve meninas, mas ainda não se sabe a razão. A geneticista Melissa Machado Viana, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que as alterações ocorrem durante o desenvolvimento do embrião. ;É uma doença multifatorial, que tem causa genética não específica e ambiental, como diminuição do fluxo de sangue na placenta;, acrescenta.
Entre as consequências, está hipoplasia (desenvolvimento inadequado) do nervo óptico, levando a criança a perder parcial ou totalmente a visão, e da glândula pituitária ou hipófise, que liga o cérebro ao sistema endócrino. Ainda são detectadas malformações cerebrais da linha média, incluindo a ausência de estruturas denominadas corpo caloso e septo pelúcido, o que resulta em atraso psicomotor.
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