Ciência e Saúde

Estudo revela que substância encontrada no café protege pele dos raios gama

Ácido presente no grão reduziu em 40% os danos causados na epiderme pela radioterapia usada em tratamento contra cânceres

Roberta Machado
postado em 28/09/2014 08:05
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Substâncias naturais podem servir de proteção para os efeitos colaterais da radioterapia. Um estudo internacional mostrou que células tratadas com produtos orgânicos desse tipo diminuíram os efeitos nocivos dos raios gama em até 40%, evitando a destruição e a mutação do material genético da estrutura viva. Se tiverem a eficácia comprovada em humanos, esses compostos servirão para a fabricação de uma droga capaz de proteger pacientes que sofrem com os danos do tratamento contra cânceres.

Para esse experimento, foram usados os ácidos rosmarínico, cinâmico e cafeico, derivados do alecrim, da canela e do café e da alcachofra, respectivamente. Essas substâncias já provaram ter propriedades antioxidantes e protetoras contra os efeitos nocivos do sol e do câncer e são usadas em tratamentos dermatológicos. ;Doses não tóxicas mostraram que elas induzem a radiosensibilização em células tumorais. Então, esse estudo procura mostrar como também podem ser radioprotetoras;, explica Faruck Lukmanul Hakkim, pesquisador da Universidade de Nizwa, no Omã. O estudo foi publicado no International Journal of Low Radiation e contou com a colaboração de cientistas do Japão, da Índia, da Austrália e da Coreia do Sul.

Os cientistas trataram uma cultura de células da pele humana com esses produtos durante um dia. Depois, bombardearam o material por duas horas com a mesma carga de radiação gama usada em um tratamento de radioterapia convencional. O ácido cafeico mostrou ser o melhor na proteção, diminuindo o dano causado às células em 40%. Os ácidos rosmarínicos e cinâmico diminuíram o efeito tóxico em 20% e 15%, respectivamente.

Quando penetra na pele, a radiação não diferencia células saudáveis de doentes. A pele vizinha à área irradiada pode apresentar irritação, perda de cabelo e desconforto, e os órgãos localizados próximos ao tumor têm o funcionamento alterado. Alguns pacientes correm o risco de desenvolver até mesmo outro tipo de tumor anos depois de curados do câncer. Se combinado com a quimioterapia, o procedimento oferece ainda mais perigo.

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