Paloma Oliveto
postado em 03/10/2014 09:12
Eles pagam um preço alto para serem os reis das savanas e florestas. Majestosos e imponentes, os grandes carnívoros não se sustentam com pequenas presas nem com plantas. Felinos como guepardos, os mais ligeiros corredores do mundo animal, precisam de muita carne e, para obtê-la, perseguem feras maiores que eles, atingindo velocidades que podem ultrapassar impressionantes 100km/h. Já o puma, também conhecido como onça-parda, anda até 8km em um dia e, mais do que dar carreiras atrás das vítimas, quando sente cheiro de caça no ar, se senta e espera o momento certo para atacar.
Entender como ambas espécies compensam o gasto energético na busca pela próxima refeição é essencial para estratégias conservacionistas ; a população do guepardo declinou bruscamente no século passado, de cerca de 100 mil espécimes, estimados em 1900, para apenas 10 mil hoje. Dois estudos independentes publicados na revista Science parecem ter desvendado esses mecanismos, chegando a conclusões semelhantes: para esses animais, procurar pela presa é muito mais custoso do ponto de vista calórico do que o momento de caçar propriamente dito.
A caçada e a luta, é claro, são extenuantes, observa John W. Laundré, professor da Universidade da Califórnia em Riverside que escreveu um artigo analítico sobre os dois trabalhos na Science. Envolvem corridas extraordinárias ; uma das presas do guepardo é a ligeira gazela, por exemplo ; e um corpo a corpo vigoroso. Mas medições feitas pelos pesquisadores indicaram que esse é um processo rápido. O guepardo passa apenas 12% do dia perseguindo seu almoço. O que realmente consome a energia dos grandes felinos carnívoros é procurar por uma presa em potencial. Os pumas gastam 2,3 vezes mais calorias localizando a vítima do que caçando e lutando contra ela.
A matéria completa para assinantes está aqui. Para assinar, clique aqui.