Ciência e Saúde

Robô de telepresença é sucesso na Semana de Ciência e Tecnologia

Revestido de fibra de vidro e com, aproximadamente, 1,6 metro de altura, o robô teve seu nome inspirado no R2D2, personagem do filme Star Wars

postado em 18/10/2014 12:18
O robô de telepresença R1T1 não consegue passar despercebido pelo Pavilhão de Exposição da 11; Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília. Guiado por controle remoto, ele atrai as crianças por sua autonomia e pelas interações por meio de câmera e tela acopladas ao ;pescoço;.

Revestido de fibra de vidro e com, aproximadamente, 1,6 metro de altura, o robô teve seu nome inspirado no R2D2, personagem do filme Star Wars. Assim como seu colega do cinema, o R1T1 pode interagir com aqueles ao seu redor. Conforme o engenheiro Antônio Henrique Dianin, coordenador do Project Robot, da startup brasileira DMS Company, e idealizador do robô, o principal foco é a área hospitalar.

A primeira instituição a receber o projeto foi o Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM). Com estrutura arredondada, o R1T1não acumula resíduos e é fácil de ser esterilizado. Por isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária permite que ele circule em todas as alas do hospital, inclusive nas UTIs.



;Também pensamos nas pessoas que ficam muito tempo em um hospital. Nas pediatrias, as crianças adoram. O robô consegue tirá-las desse ambiente. Elas podem se conectar e passear em exposições como essa ou visitar outras salas de aula. O melhor é que o robô pode substituir as famílias nos casos de dificuldades de contato com os pacientes;, ressaltou o engenheiro.

Segundo Dianin, o R1T1 também pode se conectar ao sistema do hospital, permitindo ao médico consultar dados do paciente. A próxima etapa será instalar equipamentos de ultrassom no robô. ;Estamos idealizando uma cirurgia odontológica, com a utilização de câmeras na boca do paciente. O procedimento será feito pela tela do robô;, adiantou.

Lançado em 2013, após um ano de desenvolvimento, esta é a terceira versão do R1T1. A primeira custou R$ 100 mil ao grupo. ;Consideramos o HUM nosso grande parceiro. Eles aceitaram o projeto na fase inicial, quando ainda era um protótipo bem rústico, cheio de fios e placas aparentes;, assinalou.

Para o idealizador, o R1T1 é o primeiro robô de telepresença da América Latina e um dos mais avançados do mundo, pois tem autonomia (a bateria funciona 24 horas) e movimentação. O projeto já ganhou prêmios e tem parcerias com universidades nacionais e internacionais. ;É muito difícil desenvolver um projeto desse no Brasil. Além da burocracia, a visão e a cultura é muito diferente do exterior. Infelizmente, o apoio para pesquisa é maior fora do nosso país;, lamentou o técncico.

Antônio Dianin acredita que os robôs farão parte do dia a dia da sociedade em futuro bem próximo. ;Ano que vem, lançaremos um robô de limpeza. Todos precisarão de um em casa. O custo ainda será alto, mas tende a baratear. Teremos robôs na educação, marketing e em games. Vislumbramos um horizonte que o cinema muitas vezes apresenta em estágio avançado. Inicialmente, eles auxiliarão nas pequenas atividades", explicou.

De acordo com o engenheiro, haverá uma migração de áreas de especialidade. ;Os seres humanos precisarão estar cada vez mais preparados, com mais estudo, de modo que transitem de atividade corriqueiras para as de desenvolvimento. Para fazer tecnologia avançada, é preciso pessoas preparadas e isso requer muito estudo. Os robôs forçarão essa migração, ao mesmo tempo que engrandecerão o ser humano;, observou.

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia será encerrada amanhã (19) em todo país. Em Brasília, as exposições, palestras e oficinas ocorrem no Pavilhão de Exposição do Parque da Cidade.

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