Paloma Oliveto
postado em 27/10/2014 06:14
É bom esquecer aquela imagem de lutadores atléticos vestidos com pedacinhos de pano que só deixavam à mostra seus músculos bronzeados. Os gladiadores, garantem pesquisadores da Universidade Médica de Viena, eram vegetarianos gordinhos, que se alimentavam de grãos, legumes e verduras. Uma imagem bem diferente dos fortões que, em filmes hollywoodianos, aparecem devorando carne crua antes de entrar na arena.A constatação dos cientistas veio depois da análise dos restos mortais de 53 pessoas, incluindo 22 guerreiros, que jaziam em um cemitério descoberto em 1993 na Turquia. O sítio arqueológico data dos séculos 2 e 3 d.C. e foi um importante achado, uma vez que é raríssimo encontrar vestígios dos célebres gladiadores.
Esqueletos dos escravos feitos lutadores de arena pelos romanos haviam sido achados, até então, apenas em Pompeia (Itália), Eboracum (Inglaterra), Augusta Treverorum (Alemanha) e Colônia Augusta Aroe Patrensis (Grécia). Ainda assim, o material escavado nesses sítios nunca foi revalidado por pesquisadores e não se tem certeza se, de fato, pertenciam aos gladiadores.
Treino e dieta
O grupo social dos gladiadores consistia principalmente de prisioneiros de guerra, escravos e condenados pela Justiça. De acordo com as leis romanas, havia, ainda, duas classes de lutadores. Os menos afortunados, condenados ad gladium, eram jogados na arena com uma espada, sem receber qualquer treinamento especial. O fim era quase certo: a morte. Já aqueles condenados ad ludum entravam para a escola de gladiadores, onde recebiam treinamento e educação apropriados.
Ao contrário do que se pensa, nem todos desse grupo terminavam massacrados na arena. À medida que lutavam, podiam ser reabilitados socialmente, escapando do trágico desfecho. E, apesar da probabilidade de morrer numa luta ser de um em cada nove no primeiro século depois de Cristo, existiam, ainda, os gladiadores voluntários. Além disso, outras pessoas que não os prisioneiros podiam frequentar as rigorosas escolas de combate. Cidadãos comuns, senadores, nobres e até imperadores tinham direito a receber treinamento nas ludus, as escolas de gladiadores.
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