postado em 03/11/2014 09:20
Um futuro próximo catastrófico está a caminho, caso não se tomem medidas urgentes e drásticas de contenção do aquecimento global. Ainda há tempo para provocar mudanças, mas ele é cada vez mais curto. O alerta é de um novo relatório divulgado ontem pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), das Nações Unidas. Os especialistas afirmam que as emissões dos três principais gases que provocam o efeito estufa estão em seu maior nível em 800 mil anos.
;A influência humana no sistema climático é clara, quanto mais perturbamos nosso clima, mais riscos temos de impactos graves, amplos e irreversíveis;, avisou o diretor do IPCC, Rajendra Pachauri. O documento, divulgado após uma semana de intensos debates, indica que a Terra caminha para um aumento de pelo menos 4;C até 2100, na comparação com nível da era pré-industrial. Em consequência, haverá grandes secas, inundações, aumento do nível do mar e extinção de muitas espécies, além de fome, populações deslocadas e conflitos potenciais (veja quadro). ;A justificativa científica para dar prioridade a uma ação contra a mudança climática é mais clara que nunca. Temos pouco tempo pela frente antes que passe a janela de oportunidade para permanecer abaixo dos 2;C;, ressaltou Pachauri.
O relatório indica que, para que a temperatura do planeta se mantenha sob esse patamar, as emissões têm de cair entre 40% e 70% em todo o mundo de 2010 a 2050, e chegar a zero até 2100. A divulgação ocorre antes das negociações de dezembro em Lima, ocasião em que se pretende traçar o caminho para a grande reunião de dezembro de 2015 em Paris, que tem como meta a assinatura de um compromisso para alcançar o objetivo dos 2;C.
Custo
As negociações esbarram há vários anos no debate sobre quais países deveriam assumir o custo da redução das emissões de gases do efeito estufa, que procedem principalmente de petróleo, gás e carvão. O documento do IPCC afirma que o uso de energias renováveis, o aumento da eficiência energética e o desenvolvimento de outras medidas destinadas a limitar as emissões custariam muito menos que enfrentar as consequências do aquecimento global.
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