Paloma Oliveto
postado em 05/11/2014 06:00
Uma guerra que já ceifou quase 200 mil pessoas também é responsável por varrer do mapa tesouros arquitetônicos e históricos que pertencem à toda humanidade. Imagens de satélite em alta resolução analisadas por cientistas da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), organização não governamental e sem vínculos políticos, revelaram que somente um dos seis patrimônios mundiais localizados na Síria não foi seriamente danificado pelo sangrento conflito civil, em curso desde 2011. Algumas estruturas históricas de locais como Aleppo, uma das mais antigas cidades do mundo, foram reduzidas a pó.
A análise da AAAS é a primeira a se aprofundar sobre a extensão dos danos aos patrimônios culturais sírios e foi realizada em conjunto pela Universidade da Pensilvânia, pelo Instituto Smithsonian e pela Força-Tarefa do Patrimônio Sírio. As imagens feitas do espaço comprovam o que pesquisadores já haviam constatado em visitas in loco a alguns dos sítios. Susan Wolfinbarger, diretora de Tecnologias Geoespaciais e do Projeto Direitos Humanos da AAAS, diz que apenas a Cidade Antiga de Damasco (parte da capital que inclui o mercado e os bairros muçulmano, cristão e judeu) parece não ter sofrido avarias. Estruturas históricas de outros cinco locais, incluindo mesquitas, escolas e prédios governamentais e civis, foram todoas afetadas e, em alguns casos, destruídos. ;A cidade antiga, porém, também pode ter sofrido danos que não foram capturados pelas imagens por satélite;, observa Wolfinbarger.
Um dos locais mais abalados pela guerra civil é Aleppo, cidade que não sai do noticiário internacional por ser a segunda maior do país e ter uma posição estratégica no mapa sírio, sendo um ponto de passagem para a Turquia. Fundado no segundo milênio antes de Cristo, esse é um dos mais antigos centros urbanos ainda habitados da humanidade e, até 2011, encantava turistas com seus bazares, mesquitas e igrejas cristãs, além de um muro finalizado no século 12, mas iniciado muito tempo antes: há pelo menos 4 mil anos.
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