Ciência e Saúde

Estudo com análise de genes mostra origem e evolução dos insetos

Apesar de terem surgido há quase 480 milhões de anos, esses animais ainda não tinham sua evolução contada de forma confiável

Paloma Oliveto
postado em 08/11/2014 08:03

Espécies que passam por metamorfose, como borboletas, foram as que mais contribuíram para a biodiversidade

Eles formam a mais numerosa e diversa classe de animais do planeta, e sua existência está profundamente ligada ao desenvolvimento dos ecossistemas terrestres. Surgidos ao mesmo tempo que as primeiras plantas, há cerca de 480 milhões de anos, os insetos apareceram muito antes de qualquer outro animal. Ainda assim, poucos se sabe a respeito da história desses invertebrados, que passaram por variações climáticas abruptas, viram os dinossauros ascenderem e caírem, testemunharam a evolução do Homo sapiens e, com espécies vegetais, formaram ricos sistemas vivos.


Agora, três estudos que usam diferentes metodologias avançam na compreensão da história e da diversificação desses seres. Na edição desta semana da revista Science, um grupo internacional composto por mais de 100 cientistas ; nenhum do Brasil ; divulgou um artigo construído sobre uma abordagem inédita: a análise de 1.478 genes funcionais de todas as ordens de insetos existentes hoje, assim como a de seus parentes próximos, os artrópodes, e os compararam a dados fósseis.

A primeira descoberta dos pesquisadores foi que a origem da classe se deu no início do Período Ordoviciano, há 479 milhões de anos. Naquele tempo geológico, houve uma explosão da biodiversidade, com a estruturação de cadeias alimentares complexas e o surgimento de espécies que, depois, sairiam dos oceanos para ganhar o solo. Contudo, eles não seriam capazes de voar até 406 milhões de anos atrás ; essa característica só emergiu quando as plantas terrestres também estavam prontas para a relação simbiótica que caracteriza um ecossistema. ;Os insetos foram os primeiros animais a desenvolverem asas, muito antes que qualquer outro. E isso ocorreu praticamente ao mesmo tempo que as plantas, recebendo a radiação do Sol, puderam crescer de forma substancial, formando florestas;, conta Karl Kjer, professor da Universidade de Rutgers, que integrou a equipe científica durante os dois anos de estudo.

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