Roberta Machado
postado em 11/11/2014 09:36
[VIDEO1]Nesta quarta-feira (12/11) tem início a fase mais arriscada de uma das missões espaciais mais ambiciosas da história: uma caixa de metal de cerca de 100kg vai se desprender de uma pequena espaçonave e pousar em um cometa que está cruzando o espaço a mais de 55 mil quilômetros por hora. Esse é o momento crucial da missão Rosetta, a primeira a estudar um cometa de perto. O comando para o pouso será enviado às 6h35, quando o equipamento partirá rumo à superfície da massa de gelo e poeira conhecida como 67P/Churymov-Gerasimenko. Estima-se que a sonda leve sete horas para percorrer os 22km que a separam do cometa.
Assim que a nave Rosetta estiver na posição correta, o comando final será enviado e a pequena sonda-laboratório Philae, repleta de instrumentos para analisar o 67P, será liberada. A manobra não será nada fácil. Além de estar em alta velocidade, o alvo não é muito maior do que a cidade do Vaticano e ainda tem um estranho formato, descrito pelos cientistas como similar ao de um patinho de borracha. Os operadores da missão esperam firmar a sonda na parte menor do astro, batizada de Agilkia. O local foi escolhido por ser plano e receber luz suficiente para alimentar as baterias do equipamento.
A sonda conta somente com três pernas articuladas e um gancho que devem prendê-la ao objeto de gravidade quase inexistente. ;De fato, o pouso pode ser chamado de ;sete horas de terror;;, adianta Nicolas Altobelli, cientista da Agência Espacial Europeia (ESA) que trabalha na missão. O pesquisador faz referência aos ;sete minutos de terror; sofridos pelo laboratório espacial Curiosity em sua chegada a Marte em 2012. ;Será definitivamente muito difícil porque há vários fatores desconhecidos. Em particular, a resistência do material da superfície, que definitivamente não é feita de rocha e pode ser muito porosa;, ressalta Altobelli.
Se tudo der certo, a primeira transmissão do equipamento à Terra será uma foto panorâmica que vai determinar o local exato do pouso e a orientação da sonda em relação ao cometa. A imagem deve chegar ao centro de comando por volta das 16h de amanhã. Nas semanas seguintes, Philae vai medir o magnetismo, a temperatura e outras características da superfície do objeto, além de escavar a massa de gelo e coletar amostras para análise.
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