Ciência e Saúde

Missão Rosetta consegue fotos de cometa, mas robô está mal ancorado

Imagens enviadas do solo do cometa 67P indicam que o módulo está "bem posicionado", apesar de os cientistas não saberem a localização exata dele. Depois de falha no pouso, há preocupação com o risco de falta de bateria

Bruna Sensêve
postado em 14/11/2014 06:05
Imagem de Philae feita pela sonda Rosetta: uma das pernas do módulo está apontada para o espaço
A inédita tarefa de Philae a bordo do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, a mais de 510 milhões de quilômetros da Terra, mostra-se mais árdua do que o esperado. O pouso complicado de quarta-feira e a indefinição da exata localização do módulo começam a preocupar a equipe de cientistas empenhada em, da Terra, manter o equipamento em funcionamento pelo maior período possível. Ainda assim, Philae dedica-se à bateria de exames e testes a que foi incumbida e começa a enviar as primeiras imagens de solo completamente inexplorado pelo homem até então. As fotos em alta definição já deixam cientistas e curiosos boquiabertos. Diferentemente do imaginado para um cometa, o solo do 67P não tem as estruturas rochosas da Lua ou de Marte, por exemplo. Ele é mais macio e quebradiço, o que teria formado quase um trampolim, dificultando a aterrissagem do dispositivo.

O imprevisto tornou a localização de Philae mais custosa. Ao analisar as fotos enviadas pelo módulo, os pesquisadores estimaram que ele está preso em uma escuridão parcial, embaixo de um penhasco e na borda de uma cratera. Exatamente onde está a cratera ainda é mistério. Agora, no entanto, a principal tarefa para a equipe internacional de cientistas é conseguir manter o suprimento de energia do módulo. Philae tinha inicialmente bateria suficiente para realizar cerca de 60 horas de trabalho, que podem ter o funcionamento ampliado até março com uma recarga solar. Porém, a sombra do penhasco faz com que os painéis solares fixados nas laterais não recebam luz o suficiente para recarregar as baterias, especialmente as do lado direito. A bateria principal tem carga estimada para até o fim do dia de hoje.

A primeira ideia é tentar fazer o dispositivo ;pular; usando seus propulsores de pouso. Essa opção é a mais arriscada, pois pode não haver energia suficiente para esse movimento até que o cometa se reaproxime do sol em alguns meses. Assim, uma segunda manobra pode ser a hibernação do equipamento durante o período de aproximação solar, quando voltaria da longa soneca para ser recarregado. Os cientistas acreditam que Philae parou perto do que eles chamam de ponto B ; um local alternativo para o sítio previsto. ;Nós não o localizamos inteiramente. Não é muito perto do local que queríamos, mas também não está muito longe. Quando discutimos o local de pouso, escolhemos um, mas exploramos vários sítios. Estamos mais ou menos do outro lado do local B, provavelmente;, declarou Jean Pierre Bibring, líder da equipe de cientistas.

A matéria completa para assinantes está aqui. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação