Paloma Oliveto
postado em 14/11/2014 06:08
Em tempos de dietas da moda que entram e saem de cena a qualquer momento, o jeito que os povos mediterrâneos se alimentam há milênios continua sendo apontado por cientistas como o mais saudável. O cardápio de gregos, portugueses, italianos, espanhóis e franceses da porção meridional europeia tem sido alvo de diversos estudos que comprovam os benefícios dos alimentos ricos em grãos integrais, vegetais e gorduras saudáveis, aliados ao baixo consumo de carne vermelha. Agora, uma nova pesquisa indica que, além de fazer bem ao coração e ao cérebro, a dieta mediterrânea, suplementada com azeite de oliva extravirgem ou nozes, é capaz de reverter a síndrome metabólica em pacientes que já sofrem do problema. O artigo foi publicado no jornal da Associação Médica Canadense.Estima-se que 25% dos adultos em todo o mundo tenham síndrome metabólica. Essa condição caracteriza-se pela presença de três ou mais dos seguintes fatores: circunferência da cintura superior a 88cm (mulher) ou 102cm (homem), pressão alta, baixo colesterol HDL, altos níveis de triglicérides e concentração elevada de açúcar no sangue. Está associada a um aumento de risco de diabetes, doenças cardíacas e morte.
Usando dados de um estudo longitudinal nutricional e de risco cardiovascular da Espanha, o Predimed, pesquisadores de diversas instituições espanholas investigaram os efeitos de três dietas na saúde de 5.801 homens e mulheres de 55 a 80 anos, acompanhados ao longo do tempo. Os participantes foram divididos aleatoriamente para seguir três tipos de cardápio: o mediterrâneo suplementado por azeite de oliva extravirgem, o mediterrâneo acrescentado de nozes e uma dieta de baixa gordura. No início do estudo, 64% dos voluntários sofriam de síndrome metabólica.
Passados quatro anos e oito meses, os pesquisadores descobriram que as pessoas inseridas nos dois grupos da dieta mediterrânea tiveram diminuição da obesidade central (a circunferência da cintura) e do nível de açúcar no sangue. Quase 30% delas (958) também não se encaixavam mais na classificação da síndrome metabólica. ;Como não havia diferenças entre os grupos quanto à perda de peso ou ao gasto calórico, é muito provável que essa mudança seja atribuída aos padrões alimentares;, destaca Jordi Salas-Salvadó, pesquisador da Unidade de Nutrição Humana da Universidade Rovira I Virgili, em Reus, na Espanha.
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