Um estudo publicado na revista Nature Communications indica, a partir do sequenciamento de DNA, quais adaptações evolutivas permitem que os camelos sobrevivam às condições extremas do deserto. De acordo com os autores, o número de corcovas pode ter relação com a capacidade de resistência desses animais. Eles dizem ainda que os detalhes do genoma podem melhorar a compreensão sobre os efeitos das mudanças climáticas, além de auxiliar no desenvolvimento de tratamentos contra doenças em humanos, como a asma e o diabetes.
Por conseguir tolerar perdas de água de até 25% e temperaturas acima dos 40;C, camelos são modelos ideais para o estudo das adaptações ao deserto. Foi por isso que pesquisadores de instituições da China, da Arábia Saudita e da Dinamarca sequenciaram, pela primeira vez, o DNA e o RNA do camelo-bactriano, exemplar asiático de duas corcovas. Outros dois representantes da classe dos camelídeos, o dromedário árabe ; que possui uma única corcova ; e a alpaca sul-americana ; sem corcova ; também tiveram o genoma mapeado.
As informações genéticas desses animais sugerem que os camelos passaram por um processo evolutivo diferenciado. Houve um progresso acelerado nos genes envolvidos nas respostas imunes e no reparo de danos ao DNA. Em comparação com as alpacas, também ficou evidente que os genes relacionados com o desenvolvimento do pulmão dos representantes do deserto mudaram de forma acelerada, possivelmente para permitir que esses animais resistissem à atmosfera empoeirada e arenosa.
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