Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Bactérias fortalecem o escudo natural do cérebro durante a gestação

Estudo com ratos indica que, durante a gestação, a flora intestinal da mãe interfere na formação da barreira hematoencefálica do filhote. O tecido escolta o órgão da ação de toxinas e micro-organismos

Há mais de 100 anos, cientistas descobriram, por meio de um experimento simples, que as substâncias que circulam pelo sangue no corpo não ;andam; necessariamente pela cabeça. Eles injetaram uma tinta azul na corrente sanguínea de uma cobaia e os tecidos do corpo do animal ficaram com a coloração escolhida, menos o do sistema nervoso central. O fenômeno, acreditaram, ocorreu devido à existência de uma barreira que evitaria a entrada de algumas substâncias no cérebro. Confirmada a hipótese, pesquisas na área começaram a fervilhar, mas sem explicar definitivamente como esse escudo natural é formado e como seria possível driblá-lo.



Os cientistas chegaram a essa conclusão comparando a integridade e o desenvolvimento do bloqueio entre dois grupos de camundongos. O primeiro foi composto por cobaias expostas a bactérias normais; e o segundo, por animais mantidos em ambiente estéril (veja infográfico). Depois, repetiram o experimento centenário, mas, em vez de tinta azul, injetaram anticorpos com um tamanho suficientemente grande para não ultrapassar a barreira hematoencefálica típica. Os dados coletados mostraram um vazamento no tecido protetivo dos animais que ficaram livres de germes na fase intrauterina. A característica manteve-se na vida adulta.

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