Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Pesquisadores descobrem que droga anti-HIV protege também a retina

O estudo revelou que o medicamento também bloqueia a atividade de uma via responsável pela ativação de processos inflamatórios

O tratamento antirretroviral para o controle da infecção pelo HIV surgiu no fim da década de 1980 e revolucionou o cenário de devastação criado pela Aids nos primeiros anos da epidemia. Ele trouxe uma nova estratégia de combate à doença. Em vez de tentar destruir o vírus, esses medicamentos impedem que ele se multiplique no organismo. A tática é relativamente nova. A necessidade de uma resposta rápida e eficaz contra as inúmeras infecções e mortes fez com que o extenso período de estudos clínicos, normalmente exigido para a aprovação de medicamentos, fosse encurtado. Por isso, os efeitos dessas drogas a longo prazo ainda não são completamente entendidos pela comunidade científica.



Segundo a equipe liderada por Jayakrishna Ambati, da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, esses benefícios terapêuticos até então desconhecidos não estão relacionados com a capacidade do medicamento de impedir que o vírus replique seu genoma para outras células. Agora, descobriu-se que ele também bloqueia a atividade de uma via responsável pela ativação de processos inflamatórios. ;Com isso, os NRTIs passam a ter uma dupla utilização e se tornam passíveis de um reaproveitamento de drogas;, afirma Ambati. A utilização dupla de medicações é importante por se tratar de uma combinação de substâncias já previamente aprovada quanto à segurança e à eficácia para o uso em humanos, diferentemente de substâncias ainda não experimentadas.

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