Isabela de Oliveira
postado em 26/11/2014 06:07
Se a humanidade olhar para o que come e souber como esse alimento é produzido, chegará à conclusão de que não só está morrendo pela boca, mas também matando. Além de estar por trás da epidemia global de obesidade e das várias doenças associadas ao excesso de peso, a indústria de comidas processadas ataca o meio ambiente, respondendo por 25% das emissões de gases do efeito estufa. E a tendência é que esse percentual aumente, alerta um estudo publicado na edição mais recente da revista Nature. Para garantir a saúde do corpo e do planeta, sugerem os autores, a saída é adotar dietas mais saudáveis. Uma medida simples, mas que exige sacrifícios.
David Tilman e Michael Clark, ambos pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, preveem um futuro sombrio: se a população mundial não modificar a alimentação, em 2050 a produção de gases que contribuem para o aquecimento global será 80% maior do que agora. Além disso, haverá mais doentes. Para se ter uma ideia, algumas pesquisas estimam que, até 2034, serão 44,1 milhões de diabéticos no mundo, quase o dobro dos pacientes de hoje.
Tilman e Clark concluíram que a adoção de dietas alternativas pode garantir saúde, sustentabilidade e segurança alimentar para uma população que, em 2050, será 36% maior. A tese foi elaborada após os pesquisadores revisarem os resultados de outras dezenas de estudos.
O levantamento permitiu que eles comparassem o impacto da dieta ocidental com o de outras três: a mediterrânea, a pesceteriana e a vegetariana. Os resultados mostram que a opção por uma das práticas alimentares alternativas pode diminuir a incidência de diabetes tipo 2 entre 16% e 41%; a de câncer entre 7% e 13%; e a mortalidade por doenças do coração em 26%. Esses efeitos ocorreriam porque as três dietas incluem mais frutas, legumes e nozes, e excluem ou diminuem carne e alimentos com pouco valor nutricional.
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