Ciência e Saúde

Cientistas indicam que ritmo do aquecimento global já afeta ursos do Ártico

Caso nada seja feito, eles perderão o hábitat e poderão morrer de fome, mas ainda há tempo de reverter a situação

Vilhena Soares
postado em 01/12/2014 09:46
O alimento e o hábitat são alguns dos requisitos essenciais para a sobrevivência de uma espécie. Os ursos-polares correm o risco de ter prejudicadas essas duas necessidades básicas por culpa do aquecimento global. De acordo com um estudo realizado por cientistas canadenses, as mudanças climáticas que têm diminuído a cobertura de gelo no ártico do país norte-americano já refletem negativamente na vida dos animais. Segundo os pesquisadores, a população dessa espécie mamífera sofrerá grandes perdas até 2100 caso medidas de prevenção não sejam tomadas.

Para caçar e criar os filhotes, os ursos-polares precisam de gelo. Com o derretimento cada vez mais acelerado das camadas congeladas, as atividades ficam prejudicadas

[SAIBAMAIS]O trabalho publicado na revista americana Plos One se concentrou em avaliar quais os danos sofridos pelos ursos desde 2006. Com essas informações, os cientistas estimaram a situação que os animais terão que lidar futuramente, sob um clima já diferente. Os pesquisadores utilizaram dados de cobertura de gelo e observaram o comportamento dos ursos-polares na região ártica, usando também outras análises realizadas por pesquisas anteriores feitas no local.



Na investigação, eles constataram que o gelo do mar em todo o Ártico tem diminuído e alterado as características físicas dos ecossistemas marinhos, o que prejudica os ursos-polares, animais vulneráveis à diminuição do gelo. ; O aquecimento global é a principal ameaça para os animais. Eles exigem gelo para a caça e para criar seus filhotes. O gelo do Mar Ártico tem diminuído mais rápido do que os cientistas previram, e perda de gelo é uma perda de hábitat para os ursos. Quando esses animais estão em terra ; na época em que não há gelo suficiente para apoiá-los sobre o mar ; eles entram em um estado de jejum e chegam a perder cerca de 1kg por dia;, destaca Stephen Hamilton, um dos autores do estudo e professor da Universidade de Alberta.

Fome

O pesquisador explica que a redução de gelo já tem prejudicado os animais, que sofrem dificuldades para encontrar alimento. ;Eles não vão começar a caça de novo até que o gelo retorne e eles possam deixar a costa. Se o tempo necessário para que retornem ao gelo aumentar com o aquecimento, nós acreditamos que eles ficarão mais estressados, o que pode levar à fome e a taxas de reprodução baixas. Na Baía de Hudson, já estamos observando alguns desses efeitos;, diz Hamilton.

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