postado em 01/12/2014 09:54
Em uma conversa, as respostas trocadas entre as pessoas envolvem mais do que palavras. Elas englobam outras características, como o tom emocional e o sexo ao qual o interlocutor pertence. De acordo com um estudo inglês publicado na revista Current Biology, esse tipo de diferenciação de fala humana também é reconhecido pelos cachorros. Segundo os pesquisadores, características como raiva e amorosidade são captadas pelo sistema auditivo dos pequenos animais.Os pesquisadores realizaram o estudo após trabalhos anteriores mostrarem que cada lado do cérebro dos cães interpretava informações sonoras de forma distinta. Segundo os investigadores, o passo seguinte era testar se isso se diferenciava de acordo com a fala humana. No experimento, os cientistas usaram gravações de vozes, que foram reproduzidas em ambos os ouvidos dos cachorros, ao mesmo tempo e com a mesma amplitude. O que mudava eram as características. Parte dos sons era familiar aos animais (como comando de seus donos), e outra parte eram barulhos mais exagerados, similares a alto-falantes.
Hemisférios
Na análise, os cientistas notaram que, ao ouvir os sons familiares, os cachorros viravam a orelha esquerda. Já ao escutarem os mais estridentes, acionavam o direito. ;Isso é particularmente interessante porque os nossos resultados sugerem que o tratamento de componentes de fala no cérebro do cão é dividido entre os dois hemisférios de uma forma realmente muito semelhante à maneira como ocorre no cérebro humano; declarou à imprensa David Reby, um dos autores do estudo e pesquisador da Faculdade de Psicologia da Universidade de Sussex.
Os cientistas deixam claro que o estudo não significa que os cachorros entendem tudo que os humanos dizem, porém, é possível afirmar que os animais estão prestando atenção ao que é dito a eles. ;Embora não possamos falar o quanto ou de que maneira os cães compreendem a informação no discurso, podemos dizer que eles reagem a ambas as informação verbais, e que esses componentes parecem ser processados em diferentes áreas do cérebro do animal;, destacou Victoria Ratcliffe, da Faculdade de Psicologia da Universidade de Sussex, em um comunicado à imprensa. ;Eles estão atentos não só para quem nós somos e como dizemos as coisas, mas também para o que dizemos;, completou Ratcliffe.