Ciência e Saúde

Governos ignoram os impactos da pecuária nas alterações climáticas

O setor é responsável por quase 15% das emissões mundiais

postado em 04/12/2014 08:07


Apesar de o setor de carnes e produtos lácteos ser um dos principais emissores de gases de efeito estufa, os governos pouco fazem para limitar o seu impacto, diz estudo divulgado nesta quinta-feira (4/12). ;O setor da pecuária é responsável por quase 15% das emissões mundiais ; quase tanto quanto é produzido por todas as viaturas, caminhões, aviões, comboios e barcos do mundo ; e a ausência de estratégias internacionais ou nacionais para reduzir as suas emissões é notável;, considerou Rob Bailey, um dos autores do documento divulgado pelo Centro de Reflexão Chatham House.

[SAIBAMAIS];Governos e grupos de ação parecem acreditar que procurar reduzir o consumo de produtos da pecuária é, no melhor cenário, um desafio muito complexo, ou, no pior, pode suscitar reações negativas; entre os consumidores, concluíram os pesquisadores. Uma das consequências dessa ausência de ação governamental é a falta de tomada de consciência do público quanto ao impacto do setor pecuário nas alterações climáticas.

Uma sondagem online feita em 12 países, incluindo o Brasil, a China, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido, com um mínimo de mil participantes em cada, mostrou que apenas 12% das pessoas ouvidas identificaram a carne e os produtos lácteos como uma das principais causas do aquecimento global - 64% apontaram os transportes.



A publicação do estudo ocorre quando milhares de peritos estão reunidos em Lima, no Peru, para trabalhar na proposta de acordo multilateral a ser assinado no fim de 2015 em Paris.

A comunidade internacional fixou o objetivo de conter o aquecimento do planeta em 2 graus Celsius (2;C) em relação à era pré-industrial. Além desse patamar, os cientistas preveem impactos irreversíveis e dramáticos em muitas regiões. No ritmo atual, o planeta evolui para um aumento da temperatura de cerca de 4;C até o fim do século. O estudo está disponível no site do Chatham House .

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